Para imagens do espaço sem nuvem, empresas criam satélite com IA

Projeto é uma cooperação da Intel com outras duas empresas europeias e visa acabar com um problema antigo da área espacial
Wesley Santana23/10/2020 18h24, atualizada em 25/10/2020 17h00

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Na terça-feira (20), a Intel anunciou detalhes do primeiro satélite alimentado por inteligência artificial a orbitar à Terra. Em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a startup Ubotica, o projeto tem como objetivo monitorar o gelo polar e a umidade do solo, mas também deve resolver um desafio antigo da indústria espacial: o escurecimento de fotos tiradas de satélites por causa das nuvens.

O aparelho foi denominado CubeSat PhiSat-1 e tem o tamanho de um computador desktop. De acordo com as empresas, o dispositivo deve resolver este problema por meio da coleta de um grande número de imagens de partes visíveis do espaço. Em seguida, através da IA, as fotos cobertas pelas nuvens serão filtradas.

O satélite tem uma câmera hiperespectral, que capta a imagem por milhares de espectros de uma vez, e um processamento de IA integrado por meio do chip Intel Movidius Myriad 2.

Como o chip não foi projeta para orbitar, a equipe que montou o satélite teve de realizar a “caracterização de radiação”, um processo em que ele passa por vários testes para que se descubra possíveis erros no processo ou desgastes no hardware.

O Myriad 2 passou por diversos testes e foi aprovado em todos. Um deles, que demorou quase 36 horas consecutivas, foi a detonação do feixe de radiação. Isso mostra que, possivelmente, ele esteja apto a ficar no espaço sem passar por muitas modificações.

ReproduçãoO satélite tem o tamanho e o formato de um desktop. Foto: Intel

Aprendizagem do algoritmo

Para que o dispositivo funcione da forma planejada, o grupo de desenvolvimento treinou a Inteligência Artificial para distinguir o que é e o que não é nuvem.

Nessa tarefa, a equipe usou dados de missões espaciais existentes e, através deles, o sistema vasculhou as imagens e filtrou as que contêm nuvens, antes de enviar as fotos finais para a base.

Mesmo com a pandemia, os testes foram concluídos em quatro meses e agora o grupo trabalha para colocar o aparelho em órbita.

Segundo as empresas, o PhiSat-2 deve levar outro chip Myriad 2 em órbita e um aplicativo de IA deve ser validado para operar o hardware durante o vôo, usando uma interface simples de usuário.

Fonte: Venture Beat

Colaboração para o Olhar Digital

Wesley Santana é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital