Uma confusão de rachaduras, crateras e longas faixas de gelo. Em resumo, o que os astrogeologistas definem como “terreno caótico”. Essa é a cara de Europa, revelada por imagens feitas pela sonda Galileo ainda no final dos anos 1990, mas que recentemente foram reprocessadas em altíssima definição.
De acordo com a Nasa, os cientistas estão usando técnicas modernas de processamento de imagem para criar novas imagens da superfície da lua de Júpiter, em preparação para a chegada da sonda Europa Clipper. As fotos originais em preto e branco foram combinadas com outras imagens coloridas para ressaltar aspectos da superfície que não seriam visíveis a olho nu.
“Vimos apenas uma parte muito pequena da superfície de Europa nesta resolução. A Europa Clipper aumentará esse banco de imagens imensamente”, acredita a geóloga planetária Cynthia Phillips do Jet Propulsion Laboratory (JPL).
As áreas que aparecem em azul claro ou branco são feitas de gelo de água relativamente pura, enquanto as áreas avermelhadas têm mais materiais que não são de gelo, como sais. Os pesquisadores acreditam que as cordilheiras e faixas longas e lineares que cruzam a superfície de Europa estejam relacionadas ao movimento exercido pela forte gravidade de Júpiter.
NASA/JPL-Caltech/SETI Institute
Cientistas planetários estudam imagens de alta resolução da Europa em busca de pistas sobre como a superfície se formou. Com uma média de 40 a 90 milhões de anos, a superfície que vemos hoje é muito mais nova que a própria Europa, que se formou junto com o sistema solar há 4,6 bilhões de anos.
A sonda Europa Clipper, a ser enviada ainda este ano, tem como missão fazer um levantamento detalhado de Europa, para determinar se a lua gelada pode abrigar condições adequadas para a vida. A sonda, em órbita ao redor de Júpiter, fará cerca de 45 passagens próximas sobre a lua, mudando sua trajetória de voo para sempre cobrir um local diferente e eventualmente varrer a lua quase inteira.
Via: Nasa