A Nasa lançou uma oferta às empresas dispostas a investir na exploração espacial. A agência norte-americana quer comprar rochas extraídas da Lua por até US$ 50 mil cada amostra. A “encomenda” tem que chegar até 2024, que é quando os astronautas voltarão ao satélite natural.

O valor pode não parecer tão alto (especialmente levando em consideração que uma viagem até a Lua custa milhões de dólares), mas a ideia da agência é normalizar o conceito de compra de materiais extraídos da Lua, de asteroides ou outros corpos do Sistema Solar. A oferta ainda estabelece as bases para as primeiras transações de recursos espaciais a ocorrer fora do planeta.

Para completar o negócio, as empresas terão que provar que coletaram amostras lunares enviando fotos e dados para a Nasa. Parte do pagamento será feita ao assinar o contrato e depois do lançamento. O restante dos fundos será recebido quando a amostra for empacotada.

“Durante a próxima década, o programa Artemis estabelecerá as bases para uma presença sustentada de longo prazo na superfície lunar e usará a Lua para validar sistemas e operações espaciais profundas antes de embarcar em uma viagem muito mais distante para Marte. A capacidade de conduzir a utilização de recursos no local será extremamente importante em Marte, por isso devemos prosseguir com entusiasmo para desenvolver técnicas e ganhar experiência na superfície da Lua”, afirma o administrador da Nasa, Jim Bridenstine.

Nasa/Divulgação

Ilustração dos astronautas da missão Artemis na Lua. Imagem: Nasa/Divulgação

Uma lei norte-americana permite que empresas tomem posse dos materiais que recuperaram do espaço, mas há debate internacional sobre direitos de propriedade no espaço. O Tratado do Espaço Sideral, de 1967, determina por exemplo que os países não podem reivindicar a soberania sobre um corpo celeste. Mas de olho na mineração de recursos espaciais, os EUA defendem há algum tempo que se você pode extrair algo do espaço, é seu.

Mas isso não é um consenso. China e Rússia, duas superpotências espaciais, não apoiam essa ideia. Quando a Nasa anunciou seus acordos, o diretor do programa espacial russo, Dmitry Rogozin, comparou a política à invasão do Iraque pelos EUA.

Via: The Verge