Na escola, aprendemos que o Sol é o centro do sistema solar, e que todos os outros objetos que o compões, como planetas, cinturões de asteroides e cometas, orbitam ao redor dele. Entretanto, esta é uma visão simplificada e, tecnicamente, incorreta.

Na verdade, todos os objetos do sistema solar, incluindo o Sol, orbitam um centro de massa ou baricentro, que não necessariamente corresponde ao centro de nossa estrela. Na verdade, em alguns momentos esse ponto pode estar fora do Sol, como mostra uma animação criada pelo cientista planetário James O’Donoghue, da agência espacial japonesa (JAXA).

No vídeo abaixo o Sol é o círculo branco, e o baricentro é representado pela estrela verde. Dois oito planetas, apenas Júpiter e Saturno são mostrados. O tamanho dos planetas e suas distâncias em relação ao sol não estão em escala.

James é conhecido por criar animações que mostram de forma clara a mecânica celeste, como a velocidade real da USS Enterprise, o tamanho real do sistema solar ou seu funcionamento. Segundo o cientista, o Sol contém 99,8% de toda a massa do sistema solar. Porém, Júpiter contém a maior parte do restante (com Saturno em segundo lugar), e isso faz com que o planeta “puxe” a nossa estrela e perturbe sua órbita. Esse cabo de guerra é bem visível no centro do vídeo.

“A ideia natural é que nós orbitamos o centro do sol, mas isso muito raramente acontece”, diz o cientista. “É muito raro o centro de massa do sistema solar se alinhar com o centro do Sol”.

O’Donoghue também modelou outros sistemas orbitais, como a Terra e a Lua. No nosso caso, o baricentro fica “dentro” da Terra, mas novamente não corresponde ao centro do planeta.

Resumindo, todo sistema planetário orbita ao redor de um ponto invisível no espaço, incluindo a estrela ou planeta que parece estar no centro. Baricentros podem inclusive ajudar astrônomos a encontrar planetas “escondidos”, porque com esta informação é possível calcular que o sistema contém massa que não está sendo vista.

“Os planetas orbitam o Sol, claro”, diz O’Donoghue. “Só estamos sendo pedantes quanto a isto”.

Fonte: Science Alert