Nasa já tem data para enviar sonda a outro sistema solar

Redação27/12/2017 10h50, atualizada em 27/12/2017 11h21

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Embora o envio de sondas para planetas distantes dentro do nosso sistema solar ainda seja um desafio, a Nasa tem planos de ir mais longe. De acordo com o New Scientist, a agência espacial estadunidense anunciou durante a conferência anual da American Geophysical Union que já tem um cronograma para enviar uma sonda até Alpha Centauri, o sistema solar mais próximo do nosso.

Segundo os planos da agência, a primeira sonda deve ser enviada a Alpha Centauri no ano de 2069. O objetivo da visita será conferir o planeta Proxima-b, que os pesquisadores acreditam ser um dos mais indicados para abrigar vida. Além disso, a sonda também deverá aproveitar a viagem para ver mais de perto os outros planetas do sistema, já que estima-se que eles tenham condições de abrigar vida também.

Desafios

Naturalmente, há uma série de obstáculos para a concretização de um plano para daqui a 150 anos. O primeiro deles é que a tecnologia para essa viagem ainda não existe, e a Nasa está contando com que alguns dos projetos em desenvolvimento atualmente darão frutos até essa data.

Uma das possibilidades está sendo estudada pela organização “Breakthrough Starshot”, uma colaboração da Nasa com o físico Stephen Hawking e o milionário russo Yuri Milner. A ideia do projeto é criar uma sonda pequena, equipada com sensores básicos, capaz de chegar a 20% da velocidade da luz – o que equivale a 216 milhões de quilômetros por hora.

Para isso, a sonda seria equipada com uma “vela de luz”: uma espécie de painel reflexivo gigante capaz de converter luz em propulsão. Na Terra, um conjunto de satélites de alta precisão emitiria feixes de laser diretamente nessa “vela”, o que ajudaria a acelerar a sonda até a velocidade.

Mas mesmo a essa velocidade, ainda seria uma longa viagem. Como o Outer Places aponta, o sistema Alpha Centauri fica a 4,4 anos-luz da Terra. Isso significa que uma sonda que viajasse a 20% da velocidade da luz ainda levaria 22 anos para ir daqui até lá. E, mesmo assim, os dados coletados pela sonda levariam pelo menos 4,4 anos para chegar até nós, de qualquer maneira.

Compromisso

Há, portanto, uma série de dúvidas quanto à capacidade da agência espacial de manter esse cronograma: mesmo durante o anúncio, ela admitiu tratar-se de um plano “muito nebuloso”. No entanto, a data (2069) coincidiria com os 100 anos da missão Apollo 11 da Nasa, que marcou a primeira vez que um homem andou na Lua.

Como o Engadget ressalta, portanto, o plano da Nasa serve principalmente como uma espécie de garantia de que a agência está pensando em visitar outros sistemas solares eventualmente.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital