NASA e Stephen Hawking colaboram para lançar sonda a 216 milhões de km/h

Renato Santino12/12/2016 22h19, atualizada em 12/12/2016 22h30

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Para que um dia a humanidade possa viajar para algum lugar além do nosso Sistema Solar, é necessário um salto em tecnologia. E este salto agora está um pouco mais perto da realidade, já que a NASA anunciou que vai colaborar com Stephen Hawking e o investidor Yuri Milner para tirar do papel um projeto de lançar uma sonda capaz de alcançar 20% da velocidade da luz.

Trata-se do Projeto Breakthrough Starshot, que tenta lançar pequenos chips em direção a Alpha Centauri, a estrela mais próxima do Sistema Solar, a 4,4 anos-luz de distância. O problema é que, com a tecnologia atual, essa viagem duraria milhares de anos. No entanto, a proposta de Hawking abraçada pela NASA poderia reduzir a viagem a apenas 20 anos, alcançando cerca de 216 milhões de quilômetros por hora.

A ideia é impulsionar esses pequenos objetos a altíssimas velocidades utilizando uma vela solar, acelerando-os com lasers disparados da Terra e, claro, pela radiação emitida pelo nosso Sol.

O envolvimento da NASA no projeto tem como objetivo resolver uma questão problemática do Starchip. Para que o chip possa ser acelerado a tais velocidades, ele precisa ser incrivelmente leve, pesando apenas alguns gramas. No entanto, aí entra o outro desafio: para realizar a viagem, ele precisa ser protegido contra a radiação, só que um escudo para proteção multiplicaria o peso do objeto, inviabilizando o processo.

Os pesquisadores da agência espacial e do KASIT (Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul) notaram que a radiação espacial afetaria diretamente a camada de dióxido de silício do chip, o que faria com que ele parasse de funcionar muitos anos antes de a viagem ser concluída.

Dong-Il Moon, pesquisador da NASA, sugeriu que a melhor forma de lidar com o problema não era nem adicionar escudos pesados, nem desviar o caminho, mas permitir que o chip receba a radiação diretamente, projetando-o para que seja capaz de se reparar sozinho. Isso poderia ser feito com uma corrente elétrica que aqueça o objeto, permitindo que ele se regenere. De anos em anos, o chip seria desligado durante sua jornada, e o aquecimento dos transistores consertaria os danos causados pela radiação, fazendo a sonda voltar a funcionar assim que os danos fossem suficientemente corrigidos.

Via Wired

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital