Atualmente, mais de quatro mil exoplanetas já foram descobertos e catalogados na Via Láctea. Eles são divididos em cinco categorias, dependendo do tamanho: planetas rochosos, superterras, mininetuno, gigantes do gelo e gigantes de gás. Mas uma pesquisa recente propõe tornar a fronteira entre as superterras (com um raio de 1,3 vezes o da Terra) e mininetunos (2,4 vezes o raio terrestre) mais difusa.

Por serem menos densos, os mininetunos eram considerados planetas gasosos, compostos de hidrogênio e hélio. Agora, cientistas do Laboratoire d’Astrophysique de Marseille, na França, consideram a possibilidade de que a baixa densidade desses exoplanetas possa ser explicada pela presença de uma espessa camada de água intensamente radioativa e aquecida por um poderoso efeito estufa.

O estudo, publicado na The Astrophysical Journal Letters, ameaça derrubar as barreiras entre duas classes de exoplanetas que os astrônomos pensavam anteriormente serem totalmente separados. Para os pesquisadores, oceanos com quilômetros de profundidade e altamente pressurizados, assim como a atmosfera de um gigante gasoso, poderiam explicar a baixa densidade e massa desses exoplanetas.

Um estudo separado da Universidade de Bordeaux, publicado na Astronomy and Astrophysics, constatou que os mesmos oceanos irradiados, porém menores, também poderiam existir em exoplanetas rochosos da categoria superterra. Mais cálculos e observações futuras colocarão à prova essas novas hipóteses, que se confirmadas darão um novo passo no nosso entendimento sobre a formação de planetas.

Via: Futurism/CNRS