EUA trabalham em foguete atômico para aumentar alcance de satélites

Projeto seria uma resposta ao avanço das ambições espaciais da China
Redação26/02/2020 15h06, atualizada em 26/02/2020 15h30

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A rivalidade entre Estados Unidos e China excede o comércio global, e está presente no desenvolvimento de tecnologias e operações para a ocupação do espaço.

Uma reportagem do The Daily Best aponta que o Pentágono, departamento de defesa dos Estados Unidos, está trabalhando em foguetes com tecnologia nuclear para expandir o alcance de seus satélites na região cislunar – isto é, no trecho entre a Terra e Lua.

Segundo o artigo, esta seria uma estratégia para dar um passo à frente da China na exploração de materiais lunares, que pode, futuramente, ser um fator essencial para missões no espaço sideral, inclusive na realização de viagens tripuladas a Marte.

De fato, os chineses mostram avanços rápidos em seus interesses espaciais. No ano passado, o país concluiu o pouso de um satélite no “lado escuro” da Lua. Em 2020, novos foguetes Long March devem ser lançados ao espaço para dar início aos planos de uma nova estação espacial controlada por Pequim.

O projeto norte-americano, nomeado DRACO (sigla de Demonstration Rocket for Agile Cislunar Operations) corresponde a um foguete espacial equipado com um pequeno reator nuclear no topo do maquinário, alimentado com urânio pouco enriquecido.

Quando o reator aquece o elemento propulsor – hidrogênio, por exemplo – a energia passa por uma tubulação que lança o satélite em uma direção oposta.

A tecnologia é desenvolvida para lançamentos em órbita. A ideia consiste em fazer com que o satélite cruze grandes distâncias no espaço a partir de um ponto de lançamento próximo à Terra.

Assim, o Pentágono espera posicionar dispositivos mais próximos à Lua, afinal o astro está a cerca de 386 mil quilômetros do nosso planeta, porém boa parte dos satélites que ocupam a região cislunar alcançam um altitude de apenas dezenas de milhares de quilômetros.

Desafio

O desenvolvimento do DRACO vai depender do apoio do Congresso Americano. A DARPA, órgão que responde ao Pentágono e lidera o projeto, recebeu US$ 10 milhões neste ano para iniciar os estudos sobre a tecnologia. Já em 2021, a organização espera receber pelo menos US$ 21 milhões. No entanto, o cenário é pouco otimista.

A Nasa, por exemplo, enfrenta dificuldades para aprovar orçamentos necessários para o projeto de construção de uma estação espacial cislunar, avaliada em US$ 30 bilhões. O objetivo é que a base esteja pronta em 2024 e sirva para abrigar astronautas em missões de retorno da Lua.
O primeiro repasse do governo, porém, foi decepcionante. A Nasa solicitou US$ 1,6 bilhão, mas o congresso Americano liberou apenas US$ 1,3 bilhão.

Fonte: The Daily Best

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital