Estudantes descobrem novo buraco negro ‘sem querer’ em transmissão da Nasa

Sonda OSIRIS-REx captou explosão de raio-x suspeita enquanto observava um asteroide; confira
Luiz Nogueira03/03/2020 13h43, atualizada em 03/03/2020 14h04

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Enviada ao espaço em 8 de setembro de 2016, a sonda OSIRIS-REx, da Nasa, tem como objetivo estudar o asteroide Bennu. No entanto, durante algumas observações, o instrumento REXIS, um espectrômetro de imagens de raio-x, detectou algo intrigante: um buraco negro até então desconhecido pelos cientistas.

O instrumento, controlado por estudantes e funcionários do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e Harvard, serve para medir raios-x que o asteroide Bennu emite após receber luz solar. Em novembro de 2019, enquanto fazia observações científicas detalhadas do asteroide, o REXIS, que é do tamanho de uma caixa de sapatos, captou uma fonte de raios-x além de Bennu – basicamente “invadindo” a imagem do asteroide.

A partir dos dados coletados, os pesquisadores descobriram a existência de um buraco negro localizado a 30 mil anos-luz de distância do asteroide. Mais tarde, ele foi batizado de Maxi J0637-043. Essa é a primeira explosão detectada no espaço interplanetário.

A imagem abaixo mostra o exato momento em que o buraco negro emite a explosão de raios-x que chamou a atenção dos estudiosos. As imagens foram criadas a partir dos dados coletados pela sonda.

“Detectar essa explosão de raios-X é um momento de orgulho para a equipe do REXIS. Isso significa que nosso instrumento está funcionando como esperado e no nível exigido dos instrumentos científicos da Nasa”, declarou Madeline Lambert, estudante de graduação do MIT.

Além do instrumento para detecção do fenômeno, a sonda possui vários equipamentos científicos para estudar a rocha, como câmeras, instrumentos de varredura e espectrômetros para medir a composição do asteroide.

Bennu

Além de estudar o asteroide, a sonda enviada pela Nasa tem como objetivo coletar uma amostra do solo e trazê-la para a Terra. Por mais que o REXIS tenha como habilidade detectar raios-x, Bennu não os emite diretamente.

Reprodução

O que ele faz é captar os raios vindo do Sol e os redirecionar para um comprimento de onda ligeiramente diferente, um fenômeno chamado de fluorescência – em que algo emite luz quando exposto a radiações como ultravioleta e raios-x.

Os cientistas podem usar as informações captadas para tentar definir quais elementos estão presentes em Bennu.

Via: Gizmodo/ Curiosmos

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital