Astrônomos descobrem ‘minilua’ orbitando a Terra há três anos

2020 CD3, como foi batizado o asteroide, é o primeiro objeto do tipo a ser descoberto nos últimos 14 anos
Renato Santino26/02/2020 20h47

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Astrônomos descobriram que a Terra tem mais um companheiro de órbita. A equipe do programa de monitoramento Catalina Sky Survey (CSS), ligado à Nasa e sediado na Universidade do Arizona, na cidade de Tucson, descobriu um asteroide que ficou preso à órbita terrestre nos últimos anos o que o fez, na prática, se transformar em uma minilua.

O objeto, batizado de 2020 CD3 foi descoberto na noite de 15 de fevereiro pelos pesquisadores Teddy Pruyne e Kacper Wierzchos, que anunciou o fato por meio do Twitter na terça-feira (25).

De acordo com os cálculos dos cientistas do CSS, o asteroide tem entre 1,9 e 3,5 metros de diâmetro (para comparação, a Lua tem diâmetro de 3.474.200 metros) e está preso à gravidade da Terra há três anos. Por meio de simulação, os pesquisadores conseguiram estimar a trajetória de sua órbita como visto nas imagens abaixo.

Não é o primeiro caso de um pequeno asteroide que se prende à gravidade terrestre. Entre 2006 e 2007, houve o caso do 2006 RH120, também descoberto pelo CSS, que orbitou a Terra por menos de um ano até se libertar e seguir seu caminho.

De qualquer forma, as miniluas, como são denominados estes objetos pequenos que orbitam temporariamente a Terra, existem em abundância. O que é raro é detectá-las, já que seu diâmetro pequeno dificulta seu reconhecimento, além do fato de que acabam escapando da órbita terrestre depois de pouco tempo. O fato de que o último objeto similar foi reconhecido há 14 anos mostra o quão incomum é a detecção.

Há outros casos de “quase-satélites” que ocasionalmente são descobertos ao redor da Terra. Em 2016, o 2016 HO3 (ou 469219 KamoÊ»oalewa) foi considerado um dos quase-satélites terrestres mais estáveis já descobertos pela humanidade, e deve acompanhar a terra por alguns séculos até se desgarrar. Outro caso conhecido é o do 3753 Cruithne, revelado em 1986, que orbita o Sol, mas ocasionalmente fica preso à gravidade da Terra, fazendo o papel de quase-satélite.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital