Calendário astronômico de setembro; veja quando ficar de olho no céu

O principal destaque neste mês são os lançamentos de foguetes; também é a melhor época para observar Netuno
Rafael Rigues31/08/2020 19h23, atualizada em 31/08/2020 19h40

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O principal destaque nos céus em setembro são os lançamentos de foguetes. Tanto que o mês começa com dois deles no mesmo dia. Mas também teremos eventos naturais, como as conjunções da Lua com Marte, Venus e Jupiter, e a melhor oportunidade do ano para observar Netuno.

Veja a seguir nossa lista com os principais fenômenos do mês. Vale lembrar que todos os horários e direções mencionados neste artigo tem como base um observador em Brasília, e podem variar de acordo com sua localização no país.

1º de setembro: o mês começa com dois lançamentos de foguetes e a passagem de um asteroide por nossa vizinhança. O primeiro foguete a decolar será um Falcon 9 da SpaceX, levando o 11º lote de satélites para a constelação Starlink. O lançamento será às 10h29 (horário de Brasília) e transmitido no site da empresa.

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Foguete Vega, da Arianespace. Foto: ESA Events / Wikimedia Commons (CC-BY-SA 2.0)

À noite será a vez da decolagem de um Arianespace Vega do Centro Espacial da Guiana em Kourou, na Guiana Francesa, carregando 42 microsatélites, nanosatélites e cubesats. O lançamento também será transmitido ao vivo.

Por fim o asteroide 2011 ES4 irá passar “perto” da Terra: 75 mil quilômetros ou 0.0005 UA (Unidades Astronômicas, 1 UA é a distância da Terra ao Sol). Não há risco para nosso planeta, mas infelizmente o asteroide, que tem 25 metros de diâmetro, não pode ser visto sem equipamento de grande porte.

2 de setembro: data da lua cheia de setembro, também conhecida como “Lua de Milho” ou “Lua da Colheita” pelos nativos norte-americanos.

6 de setembro: conjunção entre a Lua e Marte, que estarão juntinhos no céu. O par será visível assim que surgir no horizonte, ao leste, às 21h36, e chegará ao ponto mais alto no céu às 2h58.

10 de setembro: a Astra, uma startup aeroespacial, quer chegar à órbita pela primeira vez. Seu “Rocket 3.1” (Foguete 3.1) irá decolar do Complexo Espacial do Pacífico na ilha Kodiak, no Alaska. A janela de lançamento tem 2h30 horas, e começa às 23h (horário de Brasília)

11 de setembro: Netuno estará em oposição direta ao Sol, o que torna este o melhor dia do ano para vê-lo no céu. Mas você precisará de um telescópio e céu escuro. Ele surgirá no horizonte ao leste às 19h34, e estará no ponto mais alto no céu, na direção norte, às 00h12.

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O planeta Netuno, em imagem da Nasa. Foto: Nasa

14 de setembro: conjunção entre a Lua e Vênus. O par surgirá no horizonte a nordeste às 3h37, e estará no ponto mais alto no céu no momento do amanhecer às 05h52.

25 de setembro: conjunção entre a Lua e Jupiter. O par estará visível no céu a partir das 18h19 na direção sudeste, e chega ao ponto mais alto no céu às 19h07 na direção sul.

29 de setembro: lançamento da espaçonave de carga Cygnus NG-14 a bordo de um foguete Antares, levando carga e suprimentos para a Estação Espacial Internacional. Ele irá decolar da Wallops Flight Facility no estado norte-americano da Virgínia, às 23h26 (horário de Brasília)

30 de setembro: um Falcon 9 da SpaceX irá lançar o quarto satélite GPS de terceira geração para a Força Aérea dos EUA, chamado GPS 3 SV04. O foguete irá decolar da base aérea de Cabo Canaveral, na Flórida. A janela de lançamento começa às 21h (horário de Brasília) e se estende por 4 horas.

Como se orientar

Para facilitar a orientação e saber em que direção olhar, é importante identificar os principais pontos cardeais. Para isso, você pode usar um velho truque ou um app em seu celular.

O velho truque é baseado numa frase que você deve ter aprendido na escola: “o sol nasce a leste e se põe a oeste”. Fique em pé e estique os braços, com o direito apontando para o nascente, e o esquerdo para o poente. Então você terá o leste à direita, o norte à frente, o oeste à esquerda e sul atrás de você.

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Aplicativos de Bússola do Android (à esquerda) e no iOS.

Quanto ao app, existem inúmeras opções. Quem usa um iPhone não precisa de um app extra, basta usar o “Bússola”, que é parte do iOS. Para Android minha recomendação é o “Apenas uma bússola”, da PixelProse SARL, que é bonito, simples, gratuito e, mais importante, sem anúncios.

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital