Calendário Astronômico de julho: veja quando ficar de olho no céu

Neste mês teremos um eclipse lunar, Júpiter e Saturno em seus momentos mais brilhantes no céu e o lançamento de duas missões rumo a Marte
Rafael Rigues02/07/2020 19h00, atualizada em 02/07/2020 19h07

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A segunda metade de 2020 começa com um eclipse penumbral da Lua no dia 5 e também terá conjunções lunares, lançamentos de duas missões rumo a Marte e as aparições mais brilhantes de Júpiter e Saturno no céu em 2020.

Veja a seguir nossa lista com os principais fenômenos do mês. Vale lembrar que todos os horários e direções mencionados neste artigo tem como base um observador em Brasília, e podem variar de acordo com sua localização no país.

3 de julho: a startup aeroespacial Rocket Lab vai lançar um foguete Electron a partir de sua base na península Mahia, na Nova Zelândia, carregando um satélite de observação (CE-SAT-IB) para a Canon Electronics, cinco satélites de observação SuperDove para a Planet Labs e o cubesat Faraday 1 para a In-Space Missions.

Seguindo a tradição da empresa de usar codinomes divertidos, e em referência à carga, o lançamento será chamado de “Pics or it didn’t happen” (“Fotos ou não aconteceu”). A decolagem está prevista para ocorrer entre as 18h13 e 19h03, horário de Brasília. Acompanhe no site da empresa.

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Um foguete Electron, da Rocket Lab, preparado para o lançamento. Foto: Rocket Lab

5 de julho: teremos um eclipse penumbral da Lua logo nas primeiras horas do domingo, entre às 00h08 e 02h53, com seu ponto máximo à 01h31. Um eclipse penumbral ocorre quando a Lua passa pela parte externa da sombra da Terra (penumbra), projetada pelo Sol.

É um evento sutil: a Lua ficará menos brilhante neste período, mas não terá um “pedaço inteiro” ocultado como em um eclipse umbral, quando a sombra da Terra é projetada diretamente sobre nosso satélite. Observar o fenômeno requer atenção.

8 de julho: esta será a aparição mais brilhante de Vênus durante o amanhecer. Basta olhar para noroeste por volta das 6h40.

11 de julho: conjunção entre a Lua e Marte, ou seja, eles estarão juntinhos no céu. O ponto alto será às 05h40 do sábado, basta olhar na direção Norte. Mas você não precisa madrugar: o par começará a ser visível sobre o horizonte por volta das 0h.

14 de julho: lançamento da primeira missão dos Emirados Árabes a Marte, chamada Hope. Um foguete H-2A irá decolar do centro espacial de Tanegashima, no Japão, às 17h51. Ainda não há informações sobre uma transmissão online.

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Modelo em escala 1:4 do rover chinês que será enviado a Marte, como parte da missão Tianwen 1. Foto: Pablo de León (CC-BY-SA 3.0)

Também em 14 de julho Júpiter estará em oposição, seu momento mais brilhante no céu em 2020. O astro será visível a partir das 18:00, quando surge no horizonte próximo ao Leste, e atinge seu ponto mais alto no céu às 0h18 do dia 15. Olhe para o Sul.

17 de julho: conjunção entre a Lua e Vênus. O planeta estará próximo à Lua minguante, pouco acima do horizonte, na direção Leste, às 4h27.

20 de julho: agora é a vez de Saturno entrar em oposição, ou seja, este é o dia em que ele estará maior e mais brilhante no céu. O astro estará visível pouco acima do horizonte a partir das 18:38, na direção Leste, e alcançará seu ponto mais alto no céu às 0h21 do dia 21

23 de julho: esta é a data em que a China pretende lançar a missão Tianwen 1, com um satélite que orbitará Marte e um pequeno rover que pousará no planeta vermelho. A data é sujeita a alterações, e o lançamento pode ocorrer entre 20 e 25 de julho. Infelizmente a China não costuma transmitir seus lançamentos pela Internet.

Como se orientar

Para facilitar a orientação e saber em que direção olhar, é importante identificar os principais pontos cardeais. Para isso, você pode usar um velho truque ou um app em seu celular.

O velho truque é baseado numa frase que você deve ter aprendido na escola: “o sol nasce a leste e se põe a oeste”. Fique em pé e estique os braços, com o direito apontando para o nascente, e o esquerdo para o poente. Então você terá o leste à direita, o norte à frente, o oeste à esquerda e sul atrás de você.

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Quanto ao app, existem inúmeras opções. Quem usa um iPhone não precisa de um app extra, basta usar o “Bússola”, que é parte do iOS. Para Android minha recomendação é o “Apenas uma bússola”, da PixelProse SARL, que é bonito, simples, gratuito e, mais importante, sem anúncios.

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital