Marte está na mira da Terra. Além dos EUA (com a Mars 2020) e a China (com a Tianwen 1), outro país irá lançar neste ano uma missão rumo ao planeta vermelho: são os Emirados Árabes Unidos (EAU).
Se tudo der certo, em fevereiro do ano que vem os Emirados Árabes Unidos serão a quinta nação a orbitar Marte com sucesso, em tempo para as comemorações dos 50 anos da fundação do país, em dezembro de 2021.
Segundo Omran Sharaf, líder da missão Hope, o objetivo não é simplesmente chegar a Marte. “É parte de algo maior: acelerar o desenvolvimento de nosso setor educacional e acadêmico” e gerar conhecimento que possa ser útil para o país em uma futura economia “pós-petróleo”, do qual atualmente vem a maior parte de sua receita.
A missão tem como objetivo estudar a atmosfera de Marte, gerando um mapa de seu sistema climático ao longo de um ano marciano, o equivalente a 1,8 anos terrestres. Assim como a Terra, Marte tem estações que influenciam ventos, temperatura, condensação e evaporação de gelo, etc.
A maioria dos dados que temos vêm de observações “pontuais”, obtidas a partir de equipamentos na superfície do planeta, o que torna difícil a construção de um panorama climático global. Para realizar sua missão, a Hope tem três instrumentos montados em um “braço”, capazes de realizar múltiplas medições simultâneamente: uma câmera sensível à luz visível e ultravioleta e espectrômetros sensíveis à luz infravermelha e ultravioleta.
Sua órbita ao redor de Marte tem duração de 55 horas, e foi calculada para oferecer dois “pontos de vista”: um onde o planeta gira sob a espaçonave, e outro onde ela acompanha sua velocidade de rotação, o que a permite observar um ponto estático sobre a superfície.
“Esta ciência foi o ponto ideal para nós. Somos complementares a outras missões contemporâneas, então maximizamos o benefício global que os cientistas irão obter de nossa missão, que alimenta outras áreas atuais de pesquisa e expande o conhecimento humano como um todo”, disseram os responsáveis.
O lançamento da Hope está programado para 14 de julho deste ano. A missão irá decolar a partir do Centro Espacial de Tanegashima, no Japão, em um foguete H-2A construído pela Mitsubishi Heavy Industries.
Fonte: Space.com