Astrônomos da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, conseguiram um feito que está sendo classificado como “um em um milhão”: detectaram um exoplaneta terrestre, uma “Super Terra” a 25 mil anos-luz de distância.
Ainda sem nome, o planeta orbita uma estrela muito pequena, com 12% da massa de nosso Sol. Tão pequena que os pesquisadores ainda não conseguiram determinar se é de fato uma estrela ou uma anã-marrom, um tipo de objeto subestelar maior que planetas gigantes gasosos, mas menor que as menores estrelas e incapaz de sustentar a fusão de hidrogênio em seu núcleo.
A descoberta foi feita graças a uma “lente gravitacional”, fenômeno que ocorre quando duas estrelas se alinham uma à frente da outra e a atração gravitacional da estrela à frente distorce a luz vinda da estrela de trás, como uma lente.
Este, por si só, é um evento comum, detectado por nossos instrumentos cerca de 3 mil vezes por ano. Mas o evento OGLE-2018-BLG-0677, que foi observado pelo sistema de alerta do Optical Gravity Lensing Experiment (OGLE), no Chile, e pela Korea Microlensing Telescope Network (KMTNet), com telescópios no Chile, Austrália e África do Sul, era diferente.
Ilustração de uma anã marrom
Anomalia na estrela
A equipe do Dr. Antonio Herrera Martin identificou uma anomalia na curva luminosa da estrela. A partir daí, foram realizados “meses de análise computacional que resultaram na conclusão de que este evento era resultado de uma estrela com um planeta de pouca massa em sua órbita”, disse o Dr. Michael Albrow, também da Universidade de Canterbury.
“Para se ter uma ideia da raridade da detecção, foram necessários cerca de cinco dias para observar a magnificação causada pela estrela, e o planeta foi detectado devido a uma pequena distorção ao longo de cinco horas”, afirmou Martin.
Características do planeta
O planeta rochoso tem 3,96 vezes a massa da Terra, e está a uma distância entre 0,63 a 0,72 unidades astronômicas de sua estrela, o equivalente à distância entre Vênus e o Sol. Entretanto, devido ao diminuto tamanho da estrela, o planeta leva 617 dias para completar uma órbita.
Os cientistas ainda não sabem se o planeta é habitável, já que não conhecem as características de sua estrela, tão distante que nossos melhores instrumentos não estão nem perto da sensibilidade necessária para estudar seu espectro luminoso.
A temperatura e o nível de atividade de uma estrela desempenham papel crucial na habitabilidade dos planetas em sua órbita, e os astrônomos sabem que alguns tipos de estrelas são mais “amigáveis” à vida do que outros.
Fonte: Science Alert