Cientistas determinam o tipo de estrela mais amigável à vida

Comuns e com vida longa, as estrelas tipo K são as mais propensas a abrigar planetas habitáveis em suas órbitas
Rafael Rigues13/01/2020 14h54

20191119032310-1920x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Durante a busca por planetas fora do Sistema Solar, os exoplanetas, um fator importante ao caracterizar sua natureza é a habitabilidade. Toda estrela tem ao seu redor uma “zona habitável”, uma área do espaço onde o nível de radiação emitido pela estrela permitiria a existência de água em estado líquido. Isso não é garantia de que um planeta nessa zona é habitável: no Sistema Solar Vênus, Terra e Marte estão dentro desta área, mas apenas nosso planeta contém, até onde sabemos, vida.

Mas a distância de um planeta até sua estrela é apenas um dos fatores, pois as estrelas têm características próprias. Anãs vermelhas, por exemplo, são mais comuns que nosso Sol (uma estrela tipo G), mas costumam castigar os planetas ao redor com intensas tempestades solares e radiação, o que reduz as chances de formas de vida como as conhecemos.

Analisando as emissões de Raios-X e Ultravioleta de diversas estrelas ao longo dos últimos 30 anos, pesquisadores da Universidade Villanova, na Pensilvânia (EUA) determinaram o tipo de estrela mais “amigável” à vida. São as estrelas tipo K.

Vários fatores tornam estas as “estrelas perfeitas”. Um deles é que são muito comuns: há cerca de 100 mil delas em um raio de 100 anos-luz ao nosso redor. Outro é sua longevidade: elas têm uma vida estimada entre 28 e 80 bilhões de anos, contra os cerca de 10 bilhões de anos de nosso sol. Ou seja, há muito mais tempo para que a vida se desenvolva.

“As estrelas anãs do tipo K estão no ‘ponto ideal’, com propriedades intermediárias entre as estrelas do tipo solar (tipo G), mais raras e luminosas, mas com vida mais curta e as mais numerosas anãs vermelhas (tipo M)”, explicou o astrônomo e astrofísico Edward Guinan, da Universidade Villanova.

Entre os muitos exoplanetas já identificados, vários orbitam estrelas tipo K, entre eles Kepler-422b, um planeta rochoso com cerca do dobro da massa da Terra que está na zona habitável de sua estrela.

Curiosamente, outro exoplaneta em condições semelhantes é 40 Eridani A, orbitando a estrela 40 Eridani, a cerca de 17 anos-luz daqui. Na ficção científica esta estrela é apontada como sendo o Sol de Vulcano, planeta natal de Spock em Star Trek.

Fonte: Science Alert

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital