Desde 1958, com o lançamento do satélite Explorer 1, a Nasa utiliza ondas de rádio para se comunicar. Mas, à medida que novas possibilidades surgem, principalmente com a ideia de visitas tripuladas, a agência vai alterar seu sistema de comunicações.
A Nasa vai adicionar à Deep Space Network (DSN), rede de antenas com função de se comunicar com naves, um novo equipamento, que permite a transmissão e o recebimento de sinais à laser.
A nova antena, chamada Deep Space Station-23 (DSS-23), faz parte da transição para uma comunicação mais rápida e eficiente, enquanto a Nasa se prepara para retornar à Lua em 2024 e para a primeira missão humana à Marte em meados da década de 2030.
O objetivo por trás da instalação da nova antena é simples: para que a Nasa envie seres humanos para Marte, eles precisam se comunicar com eles – e os lasers podem ajudar a garantir que os futuros astronautas tenham uma boa recepção a milhões de quilômetros da Terra.
A construção da DSS-23 começou esta semana em Goldstone, Califórnia. Com esse novo equipamento, sobe para 13 o número de antenas responsáveis pela comunicação entre a Terra e o espaço. Atualmente, duas antenas similares estão em construção em Madri, na Espanha.
Local onde a antena DSS-23 será construída – Foto: NASA/JPL-Caltech
A Nasa usa os equipamentos da DSN para se comunicar com naves espaciais desde os anos 60, enviando sinais para uma média de 30 naves por dia. As antenas transmitem e recebem ondas de rádio entre o controle terrestre e a espaçonave. Embora as ondas de rádio tenham funcionado bem todos esses anos, elas têm sérias limitações.
Para as sondas Voyager, que estão muito longe da Terra, as ondas de rádio significam que os sinais enviados ao nosso planeta são muito fracos. De fato, os sinais enviados pela Voyager chegam 20 bilhões de vezes mais fracos que o poder necessário para que um relógio digital funcione, de acordo com a Nasa.
A agência testou pela primeira vez a comunicação a laser no espaço em 2013, transmitindo uma foto da Mona Lisa para um satélite localizado a 386 mil quilômetros de distância da Terra. A famosa pintura de Leonardo da Vinci foi dividida em uma matriz de 152 pixels por 200 pixels, e cada um deles foi convertido em um tom de cinza representado por um número entre zero e 4.095.
A pintura foi reconstruída pelo instrumento Lunar Orbiter Laser Altimeter (LOLA) a bordo do Lunar Reconnaissance Orbiter com base nos horários de chegada de cada pulso do laser.
A comunicação baseada em laser será testada em 2022, quando a Nasa lançar a missão Psyche, que tem como objetivo estudar um asteroide que orbita o Sol entre Marte e Júpiter. O orbitador levará um terminal de teste de comunicação a laser a bordo, projetado para transmitir dados e imagens para um observatório na Montanha Palomar, no sul da Califórnia.
Via: Inverse