A agência espacial norte-americana (Nasa) resolveu entrar no clima de Halloween com uma playlist especial do SoundCloud, contendo sons “assustadores” captados por seus satélites, sondas e espaçonaves em nosso sistema solar.
Sim, sabemos que o som não viaja no vácuo, e a Nasa também. Os sons não foram captados diretamente com microfones: em vez disso são sinais de rádio convertidos em ondas sonoras. É o caso dos tremores de terra em Marte, ou “martemotos”, captados por sismógrafos colocados na superfície do planeta pela sonda InSight em 2018.
We didn’t mean to frighten. It’s just that our new @SoundCloud playlist captures all the creaks and howls of our amazing universe and we want to share it all with you! This #NASAHalloween, enter the deepest depths of space: https://t.co/unCW8BG9SN
— NASA (@NASA) October 28, 2020
Apesar do nome da playlist alguns dos sons, como a “Sonificação Galática” captada pelo telescópio espacial Chandra X-Ray Observatory, soam como melodias. Outros, como o vento solar passando pela sonda Stereo, se parecem com um mensageiro dos ventos. E há os que realmente merecem estar na trilha sonora de um filme de terror, como as auroras de Júpiter.
Tradição anual
Não é a primeira vez que a Nasa se aproveita do Halloween para gerar interesse pelo espaço. No ano passado a agencia divulgou duas imagens realmente assustadoras. A primeira é de um gigantesco rosto alienígena no sistema Arp-Madore, a 704 milhões de anos-luz daqui.
O sistema Arp-Madore. Os olhos são duas galáxias em rota de colisao. Foto: Nasa
Os olhos flamejantes são na verdade duas galáxias em rota de colisão, a 704 milhões de anos-luz daqui. O contorno da face é um anel de gás e estrelas causado pela colisão. O sistema é interessante porque é raro que colisões envolvam duas galáxias do mesmo tamanho: geralmente há uma menor e uma muito maior.
A outra imagem é de nosso Sol se parecendo com uma das tradicionais abóboras (Jack-O-Lantern) usadas na decoração do dia das bruxas. Ela foi feita em 8 de Outubro de 2014 pelo Solar Dynamics Observatory e mostra uma visão da estrela no espectro ultravioleta. As áreas mais claras são as mais ativas, e que portanto emitem mais energia.
Nosso Sol, em imagem composta registrada pelo Solar Dynamics Observatory. Foto: Nasa
A foto é o resultado da mistura de duas imagens obtidas no extremo do espectro ultravioleta, nos comprimentos de onda de 171 e 193 ngstroms, que normalmente são representados em amarelo e dourado. Em seu site, a Nasa oferece versões em alta resolução da foto, bem como das imagens intermediárias usadas para criá-la.
Fonte: Nasa