Nasa aprova sistema de vigilância de objetos interestelares

Um projeto do MIT que propõe criar uma rede de satélites para 'capturar' objetos vindos de fora do Sistema Solar foi selecionado em programa de conceitos inovadores da agência espacial
Renato Mota11/05/2020 19h38

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Desde a visita, em 2017, do asteroide interestelar Oumuamua, pesquisadores estão cada vez mais interessados em capturar objetos vindos de outros sistemas solares até o nosso quintal. O desafio, porém, é detectar a entrada desses objetos a partir de suas trajetórias incomuns. Para isso, uma equipe do Departamento de Aeronáutica e Astronáutica (AeroAstro) do MIT propôs a criação de uma rede de satélites ao redor do Sol para perseguir essas rochas espaciais: o Dynamic Orbital Slingshot.

“Existem muitos desafios fundamentais na observação de objetos interestelares a partir da Terra – eles geralmente são tão pequenos que a luz do Sol precisa iluminá-la de uma certa maneira para que nossos telescópios o detectem”, explica Richard Linares, professor assistente do AeroAstro que desenvolveu o conceito do “estilingue orbital dinâmico para encontros com objetos interestelares”.

A ideia é usar satélites estáticos para atuar como vigias interestelares ao longo das bordas do nosso Sistema Solar, aguardando até ser despertado por um objeto cruzando nosso limiar. O projeto foi recentemente selecionado como um estudo de Fase 1 no Programa de Conceitos Avançados Inovadores da Nasa (NIAC), que financia conceitos aeroespaciais inovadores que podem possibilitar e transformar missões futuras.

“Esses objetos estão viajando tão rápido que é difícil lançar uma missão da Terra na pequena janela de oportunidade que temos antes de ela desaparecer. Teríamos que chegar lá rapidamente, e as atuais tecnologias de propulsão são um fator limitante”, afirma Linares.

Ilustração do conceito Dynamic Orbital Slingshot (Richard Linares/Nasa)

Quando um objeto interestelar cruzasse nossa fronteira, o satélite usaria então sua energia armazenada para encontrá-lo. “As missões de sobrevoo tendem a ser mais fáceis porque não exigem que você diminua a velocidade – você passa pelo objeto e tenta tirar o máximo de fotos possível nessa janela”, explica o pesquisador. O satélite ainda aproveitaria a gravidade do Sol para criar um efeito “estilingue” e ganhar velocidade.

“Estudar um corpo interestelar de perto seria uma revolução em nossa compreensão da formação e evolução dos planetas”, avalia o professor de ciências planetárias Benjamin Weiss, que também está trabalhando no projeto. O efeito estilingue poderiam até permitir estudar a viabilidade de enviar objetos para outros sistemas solares, segundo Weiss. “Também poderíamos aprender com que rapidez e com que frequência os objetos transitam entre sistemas solares, o que nos dirá a viabilidade da transferência interestelar de vida”, completa.

Via: MIT/Futurism

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital