A SpaceX está enfrentando uma “maré de azar”. Dois lançamentos adiados em sequência impediram a empresa de bater um recorde e podem prejudicar seu cronograma de lançamentos futuros. Enquanto isso, uma série de acidentes, alguns espetaculares, atrapalha o desenvolvimento de seu próximo veículo, a Starship.

O primeiro lançamento cancelado foi o Starlink-9, nona missão do projeto Starlink para a construção de uma rede de satélites que oferecerá acesso à internet em banda larga para todo o planeta. Prevista para 11 de julho e cancelada por “condições climáticas desfavoráveis”, ela teria colocado em órbita 57 satélites Starlink e dois “caronas”, satélites de observação terrestre desenvolvidos pela BlackSky.

Dois dias depois, em 13 de julho, foi a vez da Anasis-II ser cancelada. A missão, prevista para as 18h00 de 14 de julho, colocaria em órbita um satélite militar sul-coreano. Entretanto, o lançamento foi abortado devido à necessidade de “inspecionar o segundo estágio” do foguete Falcon 9, e substituir componentes se necessário.

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Se ambas as missões tivessem ocorrido como programado, a SpaceX teria conseguido realizar quatro lançamentos em um espaço de exatos 30 dias, algo inédito para a empresa. Ela vem tentando reduzir o tempo necessário para que um foguete possa ser inspecionado, abastecido e lançado novamente (chamado de “turnaround”), algo que é essencial em sua missão para baratear o custo do acesso ao espaço.

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O foguete Falcon 9 B1058, retornando à base da SpaceX após o lançamento da missão Demo-2. Foto: SpaceX

Entretanto, um recorde ainda está ao alcance. O foguete B1058, que colocou astronautas em órbita na missão Demo-2, será reusado na missão Anasis-II. Se ele for lançado antes de 26 de julho, a SpaceX conquistará a marca de “menor turnaround” em um foguete orbital, recorde que atualmente pertence ao Ônibus Espacial, operado pela Nasa.

A SpaceX completou 11 lançamentos no primeiro semestre do ano, e tem outros 16 agendados para o segundo semestre. Para cumprir este cronograma, a empresa terá que manter um ritmo de três lançamentos por mês durante todo o resto de 2020, algo que no passado só conseguiu fazer por cerca de 2 meses.

Os cancelamentos são algo que chamou a atenção, ao ponto do próprio Elon Musk, CEO da SpaceX, explicar o que está acontecendo em resposta a um tuite do site SpaceFlight Now. Segundo ele, a empresa está sendo “extra paranóica”, já que “maximizar a probabilidadede um lançamento bem-sucedido é essencial”.

Enquanto isso, a SpaceX se prepara para o primeiro teste de voo de um protótipo da Starship, o SN5. Há muita expectativa ao redor do teste, já que dois protótipos anteriores explodiram em testes de pressurização (SN1 e SN3), um outro pegou fogo (SN4) e mais um foi explodido propositalmente (SN7).

Segundo rumores, o voo teste pode acontecer nesta quarta-feira, 15 de julho. A expectativa da empresa é que o veículo chegue a 150 metros de altura.

Fonte: Teslarati