Quatro bilhões e meio de anos atrás, um protoplaneta colidiu com o que viria a se tornar a Terra. Dos destroços desta colisão, nasceu a Lua. Nesse momento, nosso jovem satélite orbitava tão perto de nós que pode ter gerado efeitos estranhos sobre nosso planeta.

Quando formada, a Lua estava 30 vezes mais perto de nós do que está hoje. Isso perturbou o equilíbrio orbital entre os corpos celestes, e fez com que a Terra girasse muito mais rápido, completando uma rotação (ou “um dia”, como chamamos) em apenas 2,5 horas. Isso esticou e distorceu o planeta, dando a ele uma forma alongada, como uma bola de futebol americano ou uma batata.

Isso gerou tremenda atividade vulcânica e geológica, ajudando na formação de todo o tipo de rochas e minerais complexos que hoje compõem nosso planeta. O único registro desta atividade seriam cristais de zircônio encontrados na Austrália, cujo decaimento radioativo indica que têm 4,4 bilhões de anos.

Zircônio é um mineral complexo, e sua formação não seria possível em um local com pouca atividade geológica, como a Terra primitiva. Foi a busca por uma explicação para sua origem que levou pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) a simular os resultados da proximidade da Lua de nosso planeta e chegar às conclusões acima, publicadas em um estudo na 51ª Conferência de Ciências Lunares e Planetárias.

“Nas primeiras dezenas de milhões de anos da história da Terra, ela era um lugar incrivelmente dinâmico”, diz Simon Lock, cientista planetário do Instituto de Tecnologia da Califórnia e um dos coautores do trabalho. “Era um mundo muito diferente do que as pessoas imaginam.”

Fonte: National Geographic