As ambições espaciais do Facebook não são novidade. A companhia já manifestou anteriormente o interesse em usar satélites para levar conexão de internet a regiões remotas do planeta. Apesar das tentativas, o plano ainda não se concretizou.

Em setembro de 2016, a empresa chegou a contratar a SpaceX, de Elon Musk, para transportar o satélite AMOS-6 até a órbita da Terra, mas uma explosão provocada por falhas no teste de pré-lançamento destruiu o equipamento.

Quase dois anos depois, veio à tona o projeto Athena. A iniciativa coordenada pela PointView Tech LLC, filiada ao Facebook, visava construir satélites de órbita terrestre inferior. Esses dispositivos operam a uma altitude menor que 2 mil quilômetros. A expectativa era lançar o Athena no início de 2019, mas isso não ocorreu.

Documentos de advogados da Pointview registrados em dezembro de 2019 na FCC (órgão ligado ao governo dos EUA equivalente a Anatel brasileira), no entanto, apontam que a empresa segue firme com as suas ambições.

Os arquivos revelam que o Facebook protocolou um pedido para modificar sua licença de “autorização experimental” e adicionar novas estações de comunicação terrestres na Noruega e na Antártida. Essas bases seriam responsáveis por estabelecer contato com os satélites.

O obstáculo que explica o insucesso do avanço no projeto parece ser o foguete Vega, veículo escolhido para levar o equipamento do Facebook para o espaço. Em julho de 2019, a espaçonave da companhia francesa Arianescape falhou em um teste de lançamento, que causou um prejuízo de US$ 415 milhões. Depois de meses em manutenção, o foguete deve voltar a ativa neste ano. 

Apesar de não haver data confirmada para o lançamento do Athena, informações reveladas por porta vozes da Arianespace indicam que o satélite do Facebook pode estar entre os 42 equipamentos que serão transportados no lançamento do foguete Vega na operação Small Spacecraft Mission Service (SSMS), da própria empresa francesa.

Segundo o jornal americano Business Insider, um representante da Arianespace se recusou a revelar todos os detalhes sobre o voo, mas outro porta voz teria afirmado que satélites de especificações semelhantes ao Athena estarão a bordo da espaçonave.

A fonte também disse que, assim como o Athena, o lançamento do SSMS estava previsto para o início de 2019, mas os problemas com o Vega forçaram o reagendamento para 2020. O novo lançamento deve levar ao espaço os mesmos componentes previstos na operação adiada no ano passado. O lançamento do SSMS está previsto para março.