Estrela massiva desaparece de galáxia distante sem deixar rastros

Cientistas consideram que a estrela pode ter colapsado em um buraco negro sem passar pela fase de supernova
Luiz Nogueira30/06/2020 14h41

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As chamadas estrelas massivas não passam necessariamente despercebidas em observações do espaço. No entanto, uma delas, que astrônomos observaram por cerca de uma década, simplesmente desapareceu.

A estrela, conhecida como PHL 293B e que estava nos estágios finais de sua vida, brilhou intensamente entre 2001 e 2011, quando equipes de astrônomos a observaram regularmente para obter informações. Porém, análises recentes, obtidas em 2019, indicam que a assinatura da estrela estava completamente ausente.

A partir disso, o mistério apenas ficou mais intrigante. Para tentar entender o que ocorreu, os pesquisadores analisaram dados arquivados de 2011 a 2016, procurando alguma pista sobre o desaparecimento. Eles descobriram que o brilho estava presente na primeira observação, mas não na segunda. De alguma forma, depois de 2011, a estrela desapareceu sem deixar rastros.

Uma possibilidade para o fenômeno está em discussão na comunidade científica. Acredita-se que a estrela pode ter colapsado em um buraco negro. No entanto, sem a presença de uma supernova, que antes era considerado um fenômeno que compunha tais eventos.

Reprodução

Supernova é caracterizada por um brilho extremamente forte, que estava ausente no desaparacimento da estrela. Foto: Reprodução 

“Se for verdade, essa seria a primeira detecção direta de uma estrela que teve sua vida terminada desta maneira”, disse Andrew Allan, astrofísico da Trinty College Dublin, na Irlanda.

É um pouco difícil saber exatamente o que aconteceu com a PHL 293B. Considerando a distância em que a estrela estava, 75 milhões de anos-luz, é impossível distinguir corpos individuais – não há tecnologia suficiente para isso.

Hipóteses dos astrônomos

Com base nas observações realizadas, a equipe acredita que a PHL 293B estava em um estado eruptivo entre 2001 e 2011. A partir deste ponto, existem duas principais hipóteses.

A primeira delas indica que a estrela diminuiu um pouco o brilho ao mesmo tempo em que foi envolta em uma nuvem de poeira ao ejetar material no espaço ao redor – fenômeno semelhante ao que ocorreu com Betelgeuse no início deste ano. Nesse cenário, a estrela pode ter continuado em erupção atrás de sua nuvem de poeira.

No outro cenário, a erupção pode ter representado o fim abrupto da estrela, quando se colapsou em um buraco negro em algum momento após 2011.

Também não é impossível que a estrela tenha sido submetida a uma supernova que não foi detectada. No entanto, espera-se que uma estrela massiva como essa produza um brilho pós-supernova por pelo menos cinco anos após a explosão.

Por enquanto, não é possível saber ao certo o que ocorreu. Somente observações futuras em vários comprimentos de onda podem ajudar a resolver o mistério da estrela desaparecida.

Via: Science Alert

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital