Estação Espacial capta radiação gama em tempestade terrestre

Sensores presentes na estação espacial captam o momento em que um raio produz radiação gama
Luiz Nogueira12/12/2019 15h59, atualizada em 12/12/2019 16h20

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Em 10 de outubro de 2018, durante uma tempestade ao leste de Sulawesi, ilha na Indonésia, um raio foi observado dentro de uma nuvem. A captação do momento foi feita pela Estação Espacial Internacional (ISS) que estava passando acima do local na época. Foi possível observar que o raio produziu um flash de radiação gama. Ao mesmo tempo, um anel de luz ultravioleta se tornou visível na camada superior da atmosfera – esse fenômeno é conhecido como Elve.

Agora, na última terça-feira (10), cientistas divulgaram o resultado dessas observações. De acordo com o que foi disponibilizado, essa foi a primeira vez que instrumentos foram capazes de captar um flash de raios gama no solo terrestre (TGF), e um componente de luz Elve.

Com esses resultados em mãos, cientistas apontam para fortes evidências que corroboram a teoria de que há uma ligação direta entre os raios, que é a radiação produzida por tempestades e os fenômenos atmosféricos observados no topo da atmosfera.

As tempestades de raios possuem fortes campos elétricos que são capazes de acelerar partículas – ele funciona de forma semelhante aos coletores de partículas usados por estudiosos da área. As partículas, quando aceleradas, emitem um flash de luz com alta concentração de energia chamada de raios gama.

Os Elves, por sua vez, são fenômenos de luz que acontecem uma vez a cada cem raios e duram um milésimo de segundo. Se trata de um anel que é responsável por emitir raios que afetam grandes áreas. Esse fenômeno é produzido por pulsos eletromagnéticos que agitam partículas presentes na ionosfera para produzir luz.

Os pesquisadores usaram o Monitor de Interações Espaço-Atmosfera (ASIM), instrumento presente na ISS, e que é composto por dois detectores de raios-x e raios gama, três detectores de luz visível e ultravioleta, e duas câmeras de luz. Todos esses sensores estão apontados para baixo, o que contribuiu para a captação.

Via: Gizmodo

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital