Espaçonave robótica vai colher amostras do asteroide Bennu em 20 de outubro

Material chegará à Terra apenas em 2023; manobras de pouso serão monitoradas por equipe restrita da Nasa
Leticia Riente25/09/2020 11h12, atualizada em 25/09/2020 11h50

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Depois de fazer o registro inédito da desintegração do asteroide Bennu, a espaçonave robótica OSIRIS-REx, da Nasa, já tem outra importante missão marcada. Em 20 de outubro, o equipamento deverá pousar na superfície do asteroide para coletar material rochoso e amostras de poeira. As demonstrações devem chegar à Terra apenas em setembro de 2023, mas a equipe da agência espacial já ressalta que se trata da maior coleta de material desde a missão Apollo.

O local escolhido para o pouso foi denominado como Nightingale. A área é extremamente rochosa e possui 16 metros de diâmetro. Todo trâmite para a coleta deverá levar 4,5 horas, mas serão necessários apenas 10 segundos para atingir a superfície de Bennu e coletar o material.

“Anos de planejamento e trabalho árduo por esta equipe estão basicamente se resumindo a colocar o TAGSAM (Mecanismo de Aquisição de Amostra Touch-And-Go) em contato com a superfície por apenas cinco a 10 segundos”, frisou Mike Moreau, um dos gerentes do projeto OSIRIS-REx.

Reprodução

Pouso rápido em Bennu tem como objetivo a coleta de amostras da superfície do corpo celeste para posterior estudo na Terra. Crédito: Droneandy/Shutterstock

Além disso, qualquer atualização por parte da espaçonave demorará 18,5 minutos para chegar no nosso planeta. O delay é motivado pela distância de 334 milhões de quilômetros entre a OSIRIS-REx, Bennu e a Terra. O objetivo é que a espaçonave colete pelo menos 57 gramas de material rochoso do asteroide.

Manobras até o pouso

O caminho de chegada até Bennu é grande e complicado. O processo de pouso no asteroide é minucioso, por isso a espaçonave foi programada para realizar duas manobras até o pouso com total precisão. O primeiro deslocamento, denominado como “Checkpoint”, começa depois da viagem de quatro horas da OSIRIS-REx até o asteroide. A manobra consiste em uma queima de propulsor, cujo objetivo é ajustar a posição e velocidade da espaçonave para que ela desça em direção à superfície de Bennu.

Em um segundo momento, a manobra “Matchpoint” desacelera a descida da OSIRIS-REx mirando em uma caminho que corresponda à rotação do asteroide no momento do contato. A partir desta ação, o pouso já é possível. Depois de tocar a superfície de Bennu, a espaçonave disparará três recipientes com nitrogênio pressurizado. O gás espalhado agita e levanta o material a ser coletado. A amostra é presa à cabeça da nave e em seguida, a saída do asteroide é iniciada.

Vale lembrar que todo caminho e manobras será monitorado por uma equipe restrita de pesquisadores, já que a Nasa também tem adotado amplamente o trabalho remoto por conta da pandemia de Covid-19. O que tranquiliza a equipe da agência espacial neste sentido, é que a OSIRIS-REx conta com um avançado sistema Natural Feature Tracking (NFT), que permite a navegação segura da espaçonave.

Desintegração de Bennu

No início deste mês, a Nasa registrou pela primeira vez a desintegração de um asteroide. Tratava-se de Bennu, que estava expulsando pedaços de rochas do seu próprio corpo. O fenômeno também foi registrado pela OSIRIS-REx.

Pesquisadores ressaltam que o fato é fundamental para estudos mais aprofundados não só sobre Bennu, mas também sobre o comportamento de todos os asteroides ativos.

Via: Nasa/Barron’s

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital