Engenheiros da SpaceX revelam detalhes sobre os satélites Starlink

Satélites formam uma gigantesca rede de computadores rodando Linux, e recebem atualizações de software semanalmente
Rafael Rigues09/06/2020 12h33

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Durante uma sessão de perguntas e respostas sobre a Crew Dragon no fórum Reddit, neste fim de semana, uma equipe de engenheiros da SpaceX revelou alguns detalhes sobre o funcionamento dos satélites da rede Starlink. Algo incomum, já que ela é considerada um negócio estratégico para a empresa, portanto boa parte de sua operação é mantida em segredo.

O mais interessante é o uso do Linux como sistema operacional para os satélites, e sua escala: “Cada lançamento com 60 satélites contém mais de 4 mil computadores rodando Linux”, diz Matt Monson, que trabalhou no projeto Crew Dragon antes de se transferir para a equipe Starlink. Quem diria que pinguins sabem voar?

“A constelação tem mais de 30 mil nós (e mais de 6 mil microcontroladores) rodando Linux no espaço neste momento”, afirma. A SpaceX já havia revelado que o Linux é o sistema operacional usado na Crew Dragon e nos computadores de bordo do foguete Falcon 9.

A interface gráfica da Crew Dragon, que é baseada na versão Open Source do Chrome (Chromium) e escrita em JavaScript, foi criada originalmente para as duas primeiras missões Starlink, lançadas em 2018.

Reprodução

Satélites Starlink sobre a Nova Zelândia. Crédito: Chris Aotearoa

Segundo Monson já houve falhas entre os satélites, e eles recebem atualizações de software constantemente. “Tivemos casos em que um satélite em órbita falhou de uma forma que nunca vimos ou imaginamos antes, mas foi capaz de se manter seguro por tempo o bastante para que pudéssemos depurar o problema, desenvolver uma correção e enviar uma atualização de software”, disse. O engenheiro afirma que em média a SpaceX atualiza o software de todos os satélites uma vez por semana.

E para uma rede que ainda não está em operação comercial, a Starlink está bem movimentada. Os satélites geram 5 terabytes (TB) de dados por semana, muito disso relacionado à telemetria. “Fazer a detecção de problemas a bordo dos satélites é uma das melhores formas de reduzir quanta telemetria enviamos ou armazenamos (só enviamos o que é interessante). O sistema de alerta que usamos para isso é compartilhado entre a Starlink e a Dragon”, diz.

Atualmente a Starlink tem 480 satélites em órbita, com 60 novos satélites enviados a cada lançamento. Eles serão arranjados em camadas para garantir cobertura global, com 1.584 satélites por camada. Numa primeira fase a SpaceX espera operar 12 mil satélites em múltiplas camadas, mas a empresa já busca autorização para um total de 42 mil satélites no futuro.

Fonte: GeekWire

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital