Emirados Árabes querem construir cidade marciana em Dubai

Projeto é parte de planos para colonizar o planeta vermelho dentro dos próximos 100 anos. Em Marte os edifícios serão impressos em 3D, com salas sob o solo para proteger os ocupantes da radiação solar
Rafael Rigues12/06/2020 12h38

20200612094650

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Arquitetos, designers e engenheiros do Bjarke Ingels Group (BIG), baseado em Copenhague e Nova York, criaram planos para uma cidade em Marte e irão adaptá-los para construção no deserto próximo a Dubai, como parte do Centro Espacial Mohammed Bin Rashid (MBRSC). A empreitada é parte de um plano anunciado pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) em 2017, que visa colonizar o planeta vermelho num espaço de 100 anos.

Marte não é o local mais hospitaleiro para uma cidade. Não há um campo magnético global para proteger a superfície de radiação solar, a temperatura média é de -63 ºC e a atmosfera é tão rarefeita que líquidos, como água ou sangue humano, fervem na superfície.

Jakob Lange, um parceiro do BIG, explicou à CNN os planos de sua equipe para superar estes desafios. A área da cidade será coberta por domos pressurizados, feitos com uma estrutura metálica poligonal revestida de uma membrana de polietileno, um plástico comum. Os domos serão preenchidos com oxigênio, que será produzido através da eletrólise do gelo subterrâneo. À medida que a cidade crescer, mais domos serão construídos e conectados, formando uma estrutura em forma de anel.

Reprodução

Visão interior de sala de um museu em Marte, com aquário no teto para filtrar radiação e permitir entrada de luz solar. Fonte: Bjarke Ingels Group.

Energia elétrica e calor serão fornecidos através de usinas solares. Prédios serão impressos em 3D usando materiais encontrados no solo marciano. Para proteger os ocupantes da radiação solar, salas serão localizadas a até seis metros sob o solo.

Sobre elas o BIG prevê a construção de grandes aquários com fundo transparente, que servirão a dois propósitos: permitir a entrada de luz nas salas e filtrar a radiação. Como Marte tem um terço da gravidade da Terra, os arquitetos poderão usar colunas mais finas e vãos maiores em seus projetos, dando origem a uma nova linguagem de design tipicamente marciana.

Reprodução

Mars Science City, versão terrestre da cidade marciana planejada pelo Bjarke Ingels Group para os Emirados Árabes Unidos. Fonte: Bjarke Ingels Group.

Na versão terrestre a cidade, por enquanto batizada de Marte Science City (Cidade Marciana da Ciência), não precisará ser pressurizada, e as construções serão feitas com areia do deserto, mas os conceitos principais serão os mesmos. Além de um centro de pesquisas, a cidade terá um complexo educacional, museu, anfiteatro e espaços de escritório para co-working.

Ainda não há prazo para construção ou inaguração da cidade. O MBRSC está conduzindo um estudo detalhado das especificações, que será usado para determinar um orçamento e o tamanho do projeto.

Fonte: CNN

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital