DNA de Arthur C. Clarke será enviado para a Lua

Restos do escritor britânico, autor de '2001: Uma Odisseia no Espaço' - entre outras obras de ficção científica - viajarão a bordo de uma missão da Astrobotic em julho de 2021
Renato Mota18/11/2020 16h20

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Não é raro que astrônomos notáveis e artistas cuja carreira estejam ligadas à ficção científica sejam homenageados com um funeral espacial. Entre as personalidades cujos restos mortais descansam fora da Terra estão o descobridor de Plutão, Clyde Tombaugh e o criador de ‘Star Trek’, Gene Roddenberry.

Mas a Celestis quer tornar esse serviço acessível a qualquer pessoa disposta a pagar – e para isso conta com um “garoto propaganda” de peso. A empresa levará até a Lua o DNA de um dos maiores autores de ficção científica de todos os tempos, Arthur C. Clarke, em  um voo previsto para decolar em julho de 2021.

O material, junto com cinzas e restos de outras pessoas, faz parte da missão Peregrine, da Astrobotic, que será lançada em um foguete Vulcan Centaur, da United Launch Alliance. O veículo parte de Cabo Canaveral, na Flórida, com destino a uma área no nordeste da Lua chamada Lacus Mortis, levando também equipamentos científicos da Nasa e da Agência Espacial Mexicana, entre outras encomendas.

A Celestis chama a sua missão de Luna 02 ou “Voo da Tranquilidade”, em homenagem ao pouso da Apollo 11, que ocorreu na região chamada Mar da Tranquilidade da Lua. Será a 18ª missão de memorial espacial da empresa, que oferece serviços que variam desde a categoria “Earth Rise”, em que restos mortais viajam ao espaço e retornam à superfície do planeta, até alternativas de missões no espaço profundo, incluindo expedições à Lua

O voo Luna 01 enviou as cinzas do renomado geólogo Eugene Shoemaker para a Lua a bordo da nave Lunar Prospector, da Nasa, em 1998. O veículo caiu deliberadamente dentro de uma cratera perto do polo lunar sul em 31 de julho de 1999 e se tornou um memorial ao descobridor do cometa Shoemaker–Levy 9.

O atual homenageado, Arthur C. Clarke, tem uma relação especial com nosso satélite. Em  seu livro mais famoso, ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’, um monolito alienígena encontrado na Lua leva os cientistas da Terra a procurar a um objeto semelhante na órbita de Saturno (no filme dirigido por  Stanley Kubrick, o destino é Júpiter). O escritor inglês morreu em 2008 aos 90 anos.

As vagas para essa missão já esgotaram. A Celestis ainda tem cinco missões marcadas para os próximos dois anos, com preços que variam entre US$ 2.500 a US$ 12.500 (R$ 13 mil a R$ 66 mil em conversão direta), de acordo com a complexidade da missão e a quantidade de restos mortais transportados. Os familiares podem acompanhar todo o processo, desde a decolagem dos foguetes, até o monitoramento em tempo real da espaçonave.

Via: Space.com 

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital