Pela segunda vez na história astrônomos detectaram um “flash” de luz ultravioleta (UV) associado à explosão de uma supernova. O fenômeno pode ajudar os cientistas a compreender melhor o fim da vida de antigas estrelas.

A supernova em questão estava a 140 milhões de anos-luz de nós e foi batizada de SN2019yvq. Ela foi detectada um dia após a explosão e classificada como “Tipo 1a”, o mais comum, e não chamaria a atenção se não fosse o flash que a acompanhou, que foi visível por cerca de 2 dias.

“Estas são algumas das explosões mais comuns no universo”, diz o astrofísico Adam Miller, da Northwestern University em Illinois, nos EUA. “O que é especial é o flash UV. Astrônomos vem procurando por isso há anos e nunca encontraram. Ao que sabemos, esta é apenas a segunda vez que um flash UV é visto em uma supernova Tipo 1a”.

Os pesquisadores não sabem o que causou o flash. Supernovas ocorrem quando o núcleo de um tipo de estrela conhecido como anã branca entra em colapso, causando uma explosão que, brevemente, é bilhões de vezes mais brilhante que o nosso Sol.

Mas anãs brancas não são quentes o bastante para produzir o calor requerido para emitir luz UV como observada. “Algo incomum aconteceu com essa supernova para criar um fenômeno muito quente”, diz Miller.

Uma possível explicação é a anã branca ter se tornado instável após consumir material de uma estrela companheira em um sistema binário, com a colisão de material entre as duas causando o flash.

Uma alternativa é um aumento dramático na temperatura, causado pela mistura entre o núcleo e as camadas interiores da estrela. Ou por hélio fazendo com que o carbono na estrela entrasse em ignição. Por fim, é possível que duas anãs brancas tenham se fundindo, com o flash representando uma explosão devido ao contato entre o material ejetado por ambas as estrelas.

Com o tempo, poderemos ter uma ideia mais clara do que aconteceu. “Com a passagem do tempo, o material ejetado pela explosão se move para longe da fonte”, diz Miller. “E à medida que essa camada fica mais fina, podemos ver mais fundo. Depois de um ano, o material é tão fino que podemos ver até o centro”, afirma.

Fonte: Science Alert