Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, acredita ter encontrado uma possível resposta para um dos mistérios do universo: como as galáxias se mantém “vivas”.
Cientistas acreditam que no centro de toda galáxia há um buraco negro supermassivo, cercado por uma nuvem de gás quente. Teoricamente esta nuvem deveria perder calor muito mais rapidamente do que realmente ocorre, o que iniciaria a formação de estrelas. Quando estas se esgotassem, a galáxia morreria. Astrofísicos chamam esse processo de “resfriamento catastrófico”. Mas ele não acontece.
O que os cientistas descobriram foi que há imensas “bolhas” nestas nuvens de gás, emanando dos buracos negros e se afastando deles. Ao se mover estas bolhas geram turbulência ao seu redor, que forma “correntes” de gás. Estas geram turbulência e criam correntes menores, e o processo vai se repetindo em escala cada vez menor até que a energia é dissipada na forma de calor.
Os pesquisadores, liderados por Yuan Li, não precisaram fazer nenhuma observação para detectar esta turbulência. Eles encontraram evidências em dados de observações passadas de aglomerados galácticos como Perseus, Abell 2597 e Virgo. Analisando o comportamento de “filamentos” de gás mais frio no centro destas galáxias, eles foram capazes de determinar a velocidade e direção do movimento e gerar um “mapa de calor” da galáxia, o que mostrou o padrão de turbulência.
O trabalho de Li não é conclusivo, e outros pesquisadores alertam que é possível que outros fenômenos sejam responsáveis, ou estejam contribuindo, para o aquecimento. Ainda assim, é mais um passo na compreensão dos mecanismos que controlam o universo onde vivemos.
Fonte: LiveScience