No mês passado, foi descoberto que um buraco negro supermassivo no centro de nossa galáxia estava hiperativo, embora ninguém soubesse o porquê. Agora, astrônomos da Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles, revelaram mais sobre o que eles acham que pode estar conduzindo esse evento sem precedentes.

Situado no coração da Via Láctea, o buraco negro Sagitário A* ou Sgr A* é uma fonte de rádio astronômica brilhante e muito compacta. Mas, quando os astrônomos analisaram 13 mil observações feitas em 133 noites desde 2003, descobriram que, em 13 de maio deste ano, a matéria em torno do buraco negro brilhava duas vezes mais que o normal. A mesma atividade também foi observada em outras duas noites deste ano. Isso indica que o buraco negro está consumindo muito mais poeira e gás nessas noites do que o habitual.

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“Nunca vimos nada assim nos 24 anos em que estudamos este buraco negro”, disse Andrea Ghez, professora de física e astronomia da UCLA e coautora da pesquisa. “Geralmente é um buraco negro calmo e “de dieta”. Não sabemos o que está motivando esse grande banquete”.

A primeira questão a ser abordada é se esse foi um evento singular ou se indica uma mudança drástica no Sgr A* a longo prazo. “A grande questão é se o buraco negro está entrando em uma nova fase, ou se o que acabamos de ver são apenas uns ‘fogos de artifício’ incomuns”, explicou Mark Morris, outro coautor do artigo, na mesma declaração.

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Alguns desses aspectos incomuns são bolhas de gás que poderiam ter vindo da estrela S0-2, que passou recentemente perto do buraco negro, mas não foi sugada. Como a estrela passou no verão do ano passado, poderia ter perdido uma grande porção de gás que levou algum tempo para atingir Sgr A* antes de cair nele e causar a atividade. Como alternativa, o buraco negro poderia ter sugado a camada externa de outro objeto, chamado G2, que passou por perto em 2014. Outra teoria é que grandes asteroides foram atraídos para o buraco negro e causaram explosões.

De qualquer forma, os cientistas asseguraram ao público que Sgr A* pode estar com fome, mas isso não representa perigo para a humanidade. Está localizado a 26 mil anos-luz de distância e teria que ser 10 bilhões de vezes mais brilhante que os níveis mais altos detectados para nos afetar aqui na Terra.

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Via: Digital Trends