Uma equipe de cientistas da Universidade do Norte do Arizona rastreou um centauro distante, orbitando no cinturão de Kuiper, e finalmente entendeu seu comportamento incomum, reclassificando-o como cometa.
A descoberta foi publicada no The Astrophysical Journal Letters, que aborda estudos sobre um dos corpos menores do sistema solar, em específico o centauro 2014 OG392, que parecia sublimar dióxido de carbono ou amônia – convertendo-o diretamente de sólido em gás – para emanar um halo semelhante ao de um cometa.
Centauro encontrado no Cinturão de Kuiper tem características de um cometa. Imagem: Nasa/Reprodução
Os centauros são particularmente esquivos devido às suas órbitas distantes e altamente irregulares. Como resultado, os centauros ativos – aqueles que mostram um comportamento semelhante ao de um cometa (como a criação de caudas brilhantes), permanecem mal compreendidos, pois é difícil para os cientistas estudá-los.
“Nosso estudo relata a descoberta de atividade proveniente do centauro 2014 OG392, com base em imagens de arquivo que descobrimos”, disse Colin Chandler, astrônomo da Universidade do Norte do Arizona e o principal autor do estudo.
Um olhar mais próximo
Os centauros, são corpos celestes menores provavelmente nascidos no Cinturão de Kuiper. Os astrônomos descobriram que alguns centauros têm traços semelhantes a cometas, incluindo um coma e uma cauda, e orbitam em uma área entre Netuno e Júpiter.
O motivo para estudar corpos tão distantes é que eles podem ter informações para os astrônomos entenderem mais sobre a origem do Sistema Solar.
O comportamento do centauro 2014 OG392 é um pouco incomum, pois os centauros orbitam tão longe do Sol e em uma região tão fria que não haveria condições para a sublimação acontecer.
O corpo cósmico 014 OG392 foi visto pela primeira vez em 2014 e os astrônomos não esperavam que este centauro mostrasse alguma atividade. As descobertas da equipe agora lançam luz sobre pesquisas anteriores.
O trabalho em equipe
Os astrônomos desenvolveram um intrigante algoritmo de pesquisa de banco de dados para encontrar imagens de arquivo do centauro 2014 OG392, bem como uma campanha de pesquisa de acompanhamento.
Algoritmo de pesquisa de banco de dados foi fundamental na pesquisa para fazer a reclassificação. Imagem: Pixabay
A equipe, liderada por Chandler, trabalhou em conjunto e utilizou a Câmera de Energia Escura no Inter-American Observatory e o telescópio Walter Baade no Las Campanas Observatory, no Chile. Além disso, também contaram com o Lowell Observatory Discovery Channel Telescope, no Arizona (EUA).
“Detectamos um coma até 400 mil km no 2014 OG392. Nossa análise dos processos de sublimação e da vida dinâmica sugerem que o dióxido de carbono e/ou a amônia são os candidatos mais prováveis para causar atividade neste e em outros Centauros ativos”, explicou Chandler.
Um novo cometa
A equipe reclassificou o centauro 2014 OG392 como um cometa, renomeando-o como C/ 2014 OG392 (PANSTARSS). O objeto anteriormente incomum agora faz parte de uma categoria intrigante. A equipe espera descobrir ainda mais e desenvolver novas técnicas para uma investigação aprofundada.
“Estou muito animado que conseguimos a nova designação de cometa, mais condizente com a atividade que descobrimos neste objeto incomum”, disse Chandler.
Fonte: Futurism