Pesquisadores da West Virginia University descobriram a estrela de nêutrons mais massiva já encontrada até o momento, localizada a 4.600 anos-luz da Terra. A estrela possui cerca de 2,17 vezes a massa do Sol, condensada em uma esfera de 24 km de diâmetro. A descoberta foi publicada na segunda-feira (16), na revista acadêmica Nature Astronomy.

Batizada de J0740 + 6620, a estrela foi detectada através do telescópio Green Bank, que fica no condado de Pocahontas, na Virgínia Ocidental, EUA.  A realização é considerada importante e inovadora, mas os astrônomos revelaram que não estavam procurando uma estrela de nêutrons ultra-densa: na verdade, estavam em busca de ondas gravitacionais emitidas por pulsares. 

A Universidade escreveu em um post, publicado no Phys.org, a respeito da recente descoberta: “Para visualizar a massa da estrela de nêutrons descoberta, imagine que uma porção do material desta estrela do tamanho de um cubo de açúcar pesaria 100 milhões de toneladas aqui na Terra, ou aproximadamente o mesmo que toda a população somada”. 

O processo pelo qual os cientistas mediram a massa da estrela se chama “Atraso de Shapiro”, que é baseado na Teoria Geral da Relatividade de Einstein. Nela, o espaço ao redor da estrela é distorcido devido à sua alta força gravitacional. Como os pulsos de um pulsar precisam viajar mais longe através desse espaço distorcido, acabam levando mais tempo do que o devido, e os cientistas aproveitam esse atraso para medir e descobrir a densidade de uma estrela de nêutrons. 

“Essas estrelas são muito exóticas”, disse Maura McLaughlin, professora de física e astrônomia da West Virginia University. “Não sabemos do que são feitas. Uma pergunta realmente importante é: ‘O quão grandes podem ser essas estrelas?’ Isso tem implicações para materiais muito exóticos que simplesmente não podemos criar em um laboratório na Terra”, questionou a professora

Os cientistas usaram ondas gravitacionais para a realização de várias descobertas recentes sobre estrelas de nêutrons, uma delas um par que se funde para criar uma “kilonova” maciça. Pesquisadores acreditam que uma kilonova semelhante, que ocorreu cerca de 4,6 bilhões de anos atrás, pode ser a fonte do ouro e platina encontrados na Terra.