Alinhamento de Júpiter e Saturno será o maior desde a Idade Média

Planetas não aparecem tão próximos no céu desde 1623; última vez que estiveram mais próximos foi em 1226
Rafael Rigues26/11/2020 19h54

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Em 21 de dezembro, dia do solstício de verão, acontecerá um fenômeno astronômico como há muito tempo não se vê: um alinhamento entre os planetas Júpiter e Saturno, que a olho nu se parecerão com um “planeta duplo”.

Devido ao diferente período orbital dos planetas, isso não é algo que acontece com frequência: Júpiter completa uma órbita ao redor do Sol a cada 12 anos, e Saturno leva 30 anos. Portanto, visto aqui da Terra, um alinhamento só acontece a cada duas décadas, aproximadamente.

Mas neste ano ele será especial: os planetas estarão excepcionalmente próximos, algo que não acontece desde 16 de julho de 1623. Seria necessário voltar até 4 de março de 1226, em plena Idade Média, para ver um alinhamento ainda mais próximo.

Em declaração à BBC Patrick Hartigan, astrônomo da Universidade de Rice (EUA), afirma “aqueles que preferirem esperar e ver Júpiter e Saturno tão perto e mais acima no céu noturno terão que aguardar até 15 de março de 2080. Depois disso, a dupla não fará aparição semelhante até depois de 2400”, diz ele.

Os planetas estarão próximos o suficiente para que caibam juntos no campo de visão de um telescópio, mas o fenômeno também poderá ser observado a olho nu ou com binóculos. Eles serão visíveis a partir do pôr do Sol (às 18h57, considerando um observador em Brasília), 24º acima do horizonte a oeste, e ficarão no céu até sumirem sob o horizonte às 20h46.

Como se orientar

Para facilitar a orientação e saber em que direção olhar, é importante identificar os principais pontos cardeais. Para isso, você pode usar um velho truque por meio de uma bússola ou app de astronomia em seu celular.

O velho truque é baseado numa frase que você deve ter aprendido na escola: “o sol nasce a leste e se põe a oeste”. Fique em pé e estique os braços, com o direito apontando para o nascente, e o esquerdo para o poente. Então você terá o leste à direita, o norte à frente, o oeste à esquerda e sul atrás de você.

Quanto às bússolas, quem usa um iPhone não precisa de um app extra: basta usar o “Bússola”, que é parte do iOS. Para Android minha recomendação é o “Apenas uma bússola”, da PixelProse SARL, que é bonito, simples, gratuito e, mais importante, sem anúncios.

Reprodução

O SkySafari usa bússola e GPS para identificar as estrelas para as quais o celular está apontando. Imagem: Simulation Curriculum

Outra opção é usar um app de astronomia, que usa a bússola do celular junto com sua localização obtida via GPS identificar o que você está apontando ou indicar para onde olhar. Uma boa opção é o Sky Safari, da Simulation Curriculum Corp, que está disponível em versões para Android e iOS e pode ser usado gratuitamente.

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital