Agência dos EUA considera criar foguete térmico nuclear para missões lunares

Darpa revela que o sistema pode alcançar até dez mil vezes a razão empuxo-peso se comparado com a propulsão elétrica
Luiz Nogueira02/10/2020 15h11, atualizada em 02/10/2020 15h40

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Recentemente, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (Darpa) assinou um contrato de US$ 14 milhões para desenvolver e testar um sistema de propulsão espacial térmica nuclear. De acordo com o Space, o conceito é bastante simples: um reator de bordo gera o calor, que é então empurrado através de um bico para produzir o empuxo necessário para impulsionar o foguete.

O contrato, que foi assinado entre a Darpa e uma empresa chamada Gryphon Technologies, tem como objetivo apoiar o programa Foguete de Demonstração para Operações Cislunares Ágeis da agência. Trata-se de um projeto que investiga se as temperaturas extremas produzidas por reações nucleares podem ser usadas como sistema de propulsão para missões lunares.

“Um sistema de propulsão espacial térmica nuclear demonstrado com sucesso fornecerá um salto à frente na capacidade de propulsão espacial, permitindo um trânsito ágil por grandes distâncias em comparação com as abordagens de propulsão atuais”, disse Tabitha Dodsons, engenheira-chefe da Gryphon.

Reprodução

Foguete com propulsão espacial térmica nuclear poderá ser usado para diminuir o tempo de viagens ao espaço. Foto: Sergey Nivens/ Shutterstock

Segundo a Darpa, um sistema do tipo pode oferecer até dez mil vezes a razão empuxo-peso se comparado com a propulsão elétrica e de duas a cinco vezes a eficiência da propulsão química. Com isso, a agência espera que os Estados Unidos acompanhem a “manutenção da consciência do domínio espacial na área cislunar”.

Ao que parece, a Nasa tem planos semelhantes para impulsionar um foguete próprio dessa maneira. No ano passado, ao comentar a possibilidade, Jim Bridenstine, administrador da Nasa, disse que o sistema é uma potencial “virada de jogo” para a agência, com possibilidade de revolucionar as viagens espaciais e permitir eventuais assentamentos em Marte.

Via: Futurism

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital