Abrigos em Marte podem ser construídos com elemento de escamas de peixes

Polímero conhecido como quitina é produzido pela maioria dos organismos na Terra; substância mostrou-se maleável e resistente em experimento feito em Singapura
Rafael Arbulu18/09/2020 18h49, atualizada em 18/09/2020 19h15

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Um grupo de cientistas da Universidade de Tecnologia e Design de Singapura conseguiu criar um composto que pode ser utilizado na construção de abrigos em Marte. E o mais interessante é que o principal ingrediente deste composto pode ser encontrado em abundância na Terra.
O time, liderado pelo professor assistente da universidade, Javier Fernandez, usou a quitina, um material biológico presente na parede celular de fungos, no exoesqueleto de alguns insetos e até nas escamas da maioria dos peixes.
Ao combiná-la com um mineral que imita o solo de Marte, os pesquisadores desenvolveram um composto maleável a ponto de se moldar em várias formas e resistente a ponto de servir de abrigo.
Reprodução
Maquete mostra o conceito dos primeiros assentamentos humanos em Marte. Foto: Javier Fernandez
“Usando de uma química simples, destinada para os primeiros assentamentos marcianos, nós produzimos um tipo de pedra de origem biológica, usando quitosano derivado de cutículas de artrópodes, tratadas com hidróxido de sódio, um componente que pode ser obtido em Marte por meio de hidrólise eletrolítica”, afirmou a equipe.
Fernandez simplificou o jargão científico em uma entrevista à CNN: “o material resultante parece concreto, só que bem mais leve. Uma pedra bem mais leve. Nós agora temos uma forma de… criar edifícios e ferramentas por meio de impressão 3D e usar como moldes derivados de um único material”.
Vale ressaltar que não foi testada a resistência do material criado em condições que imitassem o duro ambiente de Marte. Entretanto, apesar de não ser tão poderoso quanto uma construção de metal, o composto criado atende aos critérios estabelecidos pela Nasa de “aplicação espacial não essencial”.
Quanto à obtenção do quitosano, os cientistas argumentam que ele poderia ser um produto retirado do suprimento alimentício dos astronautas. Dada a alta taxa de proteína presente nos insetos, seria possível incluí-los na comida de uma missão espacial tripulada, extraindo o componente em seguida.
O estudo foi publicado na revista científica Plos One.
Fonte: CNN

Colaboração para o Olhar Digital

Rafael Arbulu é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital