Elon Musk faz piada com tecnologia de empresa rival

Células de combustível movidas a hidrogênio, como as propostas pela Nikola, são tecnologia 'para tolos' e 'incrivelmente estúpida', diz o CEO da Tesla
Rafael Rigues12/06/2020 14h45

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Quando se fala em carros elétricos, logo imaginamos um veículo equipado com uma grande bateria de íons de lítio, como os da Tesla. A tecnologia é comprovada, a estrutura para produzi-las em larga escala já existe e elas têm excelente densidade energética, ou seja, a relação entre a quantidade de energia que podem armazenar e seu peso.

Mas existem outras formas de armazenar e gerar energia para um veículo elétrico. Uma delas são as células de combustível movidas a hidrogênio: o gás é comprimido e armazenado em um tanque, e quando combinado com oxigênio produz eletricidade e vapor d’água.

Em teoria o hidrogênio é a fonte de energia perfeita, limpa e abundante. As células de combustível são a abordagem adotada pela Nikola, uma empresa que está desenvolvendo uma picape elétrica chamada Badger, que irá competir com o Cybertruck, da Tesla.

Em resposta a um gráfico detalhando a eficiência de várias formas de armazenamento de energia o CEO da Tesla, Elon Musk, fez um trocadilho dizendo “Fuel Cells = Fool Sells”, dando a entender que só tolos investiriam na tecnologia, que ele já chamou de “incrivelmente estúpida”.

O problema, segundo Musk, é que “é simplesmente muito difícil produzir hidrogênio, armazená-lo e usá-lo em um carro. O Hidrogênio é um mecanismo para armazenamento de energia, não uma fonte”.

Reprodução

Um Mazda RX-8 movido a hidrogênio. Foto: 160SX, Wikimedia Commons (CC-BY-SA 3.0)

“A eletrólise é um processo energético extremamente ineficiente”, explicou. “Comparando a carregar uma bateria diretamente usando um painel solar, fazer a eletrólise da água, coletar o hidrogênio, descartar o oxigênio, comprimir ou liquefazer o hidrogênio, colocar em um carro e alimentar uma célula de combustível tem metade da eficiência. É terrível”, disse o executivo.

Sobre isso Trevor Milton, CEO da Nikola, argumenta: “Creio que a maioria das tecnologias levam 10 anos ou mais para ser produtizada”, disse em uma entrevista ao Observer no ano passado. “Embora os carros elétricos agora sejam mais populares, ainda há questões a ser resolvidas. É o mesmo com as células de combustível. Elas já estão na estrada, e sendo aprimoradas”.

Fonte: Observer

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital