CEO da Audi admite que Tesla está ‘dois anos à frente’ da indústria

Para alcançar a concorrente, empresa criou grupo para produzir 'rapidamente e sem burocracia' um carro elétrico que poderá estar nas duas em 2024
Rafael Rigues28/07/2020 14h14

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O novo CEO da Audi, Markus Duesmann, admitiu em declaração à Reuters que a Tesla está muito à frente das concorrentes em áreas críticas para os veículos elétricos.

Duesmann afirmou que “atualmente, a Tesla tem baterias maiores porque seus carros são construídos ao redor das baterias. A Tesla está dois anos à frente em termos de computação e arquitetura de software, e também em direção autônoma”.

Alcançar a Tesla pode ser um problema, pois a empresa é um alvo em movimento. Seu CEO, Elon Musk, já deu a entender que ela tem em mãos uma nova tecnologia de baterias com maior longevidade, que irá tornar o custo dos veículos elétricos “comparável àqueles com motor à combustão”.

As baterias serão baseadas em uma nova química interna que dispensa o uso do cobalto, um dos ingredientes mais caros e controversos. Além disso, serão “empacotadas” usando uma nova tecnologia chamada “Cell to Pack”, que permite agrupar mais baterias num mesmo espaço e reduzir os custos com invólucros.

Para reduzir ainda mais os custos as baterias serão produzidas em linhas de montagem altamente otimizadas chamadas de “terafábricas”, 30 vezes maiores que a atual “gigafábrica” da Tesla em Nevada, nos EUA.

Quanto ao software, Musk declarou recentemente que ficou surpreso com o desempenho da versão mais recente do sistema de direção completamente autônoma (FSD, Full Self Driving) da Tesla, e que consegue ir trabalhar “quase sem intervenção”, mesmo tendo que passar por obras e situações muito variadas.

Esta versão do software, entretanto, não está disponível para os consumidores. Musk vem há algum tempo prometendo que a tecnologia estará disponível “em breve”, e recentemente declarou que ela chegará ainda em 2020.

O primeiro veículo elétrico da Audi, o e-Tron, desapontou com sua autonomia de bateria. Já a Volkswagen, dona da marca, vem tendo problemas com o software de seu elétrico iD.3. Em dezembro passado foi reportado que a empresa havia produzido 20 mil veículos com software incompleto, que foram armazenados em estacionamentos alugados até que pudessem receber uma atualização.

Para alcançar a rival, Duesmann estabeleceu um grupo interno para desenvolver um modelo elétrico “pioneiro” para a Audi, de forma “rápida e sem burocracia”. O projeto, chamado Artemis, tem como objetivo criar um “carro elétrico altamente eficiente, que poderá estar nas ruas já em 2024”.

Fonte: Electrek

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital