A Prefeitura de SP acaba de apresentar um bom argumento a favor do uso de máscaras como medida de combate à Covid-19: de acordo com dados da segunda fase de um inquérito sorológico realizado pela cidade, quem não usa máscaras tem três vezes mais chance de ser infectado pelo vírus Sars-Cov-2 do que quem usa.

Segundo o prefeito Bruno Covas, a taxa de infecção em quem usa a máscara “sempre” é de apenas 9%, mas sobre para 30,5% em quem a utiliza apenas “de vez em quando”. Já entre quem respeitou as medidas de distanciameto social e quarentena, o índice de contaminação foi de 8,5%. Entre quem nãos as respeita ele sobe para 25,2%.

Os dados trazem um reflexo da desigualdade social. Os bairros da periferia na Zona Sul de SP, mais pobres, permanecem como líderes no número de mortes por coronavírus.

publicidade

Segundo Covas “Isso é um tema que a gente vem dizendo já há algum tempo. O vírus está jogando luz sobre a desigualdade que nós temos na cidade de São Paulo”, diz o prefeito. “O vírus tem mais que o dobro da incidência sobre quem tem somente ensino fundamental, quando comparado a quem tem ensino superior. A população com menos instrução pega mais o vírus”.

O relatório conclui que o perfil de maior risco entre os moradores de SP são pessoas de “raça/cor preta e parda, menor instrução e menor renda mensal”. A explicação é simples: a população de baixa renda vive em casas com maior número de pessoas no mesmo espaço, tem níveis de escolaridade ou renda que não são compatíveis com trabalho remoto e dependem de transporte público para se deslocar até seus locais trabalho.

Fonte: UOL