Por que a Motorola deve antecipar em cinco meses o lançamento do One Vision?

A Motorola responde por 24,23% da participação de mercado no Brasil e para manter este ranking, além da Samsung, agora terá que bater de frente com Huawei e Xiaomi
Redação03/05/2019 21h11, atualizada em 03/05/2019 22h30

20190327045144

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Motorola One foi anunciado no início de setembro, durante a IFA, a feira de tecnologia de Berlim, na Alemanha, e foi oficialmente lançado no Brasil em outubro do ano passado. Contudo, em 2019, tudo indica que a Motorola deverá antecipar a chegada do aparelho ao varejo nacional. Por quê?

Os rumores relacionados ao Motorola One Vision e ao Motorola Moto Z4 estão bastante difundidos, pois já sabemos quase tudo sobre ambos os aparelhos. Porém, a diferença entre um e outro é que o primeiro já foi homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), enquanto o segundo não. Nesta semana, a Motorola Brasil enviou um convite para um evento no dia 15 de maio, em São Paulo, no qual esperamos ver o One Vision em toda a sua glória. Mas o que pode fazer a fabricante com a segunda maior participação no mercado mobile nacional antecipar em quase cinco meses este anúncio?

Reprodução

Convite da Motorola enviado para a imprensa especializada

A partir de janeiro deste ano, houveram mudanças consideráveis no status quo do varejo de celulares no Brasil. A Xiaomi e a Huawei retornaram ao país, que hoje representa o quarto maior mercado de smartphones do mundo, e obrigaram as demais empresas a reajustar as estratégias de venda por aqui. Não é segredo que a Motorola domina a categoria de celulares intermediários com a linha Moto G, sempre muito elogiada nos eventos da empresa por aqui, mas também não é segredo que isso deixava a Motorola em uma posição muito cômoda.

Depois de anunciar a parceria com a Xiaomi, a DL Eletrônicos trouxe os modelos Pocophone F1 e Redmi Note 6 Pro, porém, sem conseguir manter os preços competitivos praticados pela gigante chinesa em seu país. Agora, a DL confirmou o lançamento dos novos Redmi 7 e Redmi Note 7 no Brasil, este último é construído com câmera dupla de 48MP. Os dois aparelhos chegam às lojas em maio.

Outro dispositivo que estará à venda a partir do meio do mês é o Huawei P30 Lite, um intermediário Premium, com câmera tripla e componentes internos bastante competitivos. A Huawei fez o lançamento do P30 Lite no último dia 30, e o aparelho chega ao varejo custando a partir de R$2.499. O preço pode não estar na faixa de valor da linha Motorola One, que em 2018 foi lançada por R$1.500, mas enquanto novidade, pode acabar chamando a atenção dos fãs da Motorola.

Como o próprio nome se refere, o Motorola One Vision também é um smartphone voltado para a fotografia e também deve ter embarcado uma câmera de 48MP. Além do One Vision, o Moto Z4 e o Moto Z4 Force são aguardados com um super sensor na câmera principal, também com 48MP. Em outras palavras, se a Motorola esperar pelo menos mais cinco meses para fazer este anúncio, irá perder mercado para as chinesas.

Reprodução

O Redmi Note 7 possui um preço super acessível lá fora, mesmo com câmera de 48MP

E para além disso, ainda temos a concorrente natural da Motorola entre os intermediários, a Samsung, que lançou a nova série Galaxy A com preços bastante competitivos no segmento mid-range.

A Motorola possui suas vantagens, é claro, como a popularidade entre os usuários locais, uma boa fama quando o assunto são as atualizações do software, uma grande comunidade de usuários dedicada e conhecimento de mercado. E é justamente por causa disso, que terá que antecipar o anúncios dos seus aparelhos em 2019.

Hoje, com base nos dados da StatCounter, a Motorola responde por 24,23% da participação de mercado no Brasil, acima dela, temos a Samsung (43,98%), e, abaixo, a Apple (13%). É claro que para manter essa relevância, a fabricante do Moto G7 não poderia esperar. Além disso, podemos esperar por preços bastante agressivos, pois a partir de maio, o mercado mobile estará super aquecido. Os brasileiros estão investindo em aparelhos dos segmentos mid-range para cima e querem, cada vez mais, celulares para o uso por pelo menos os próximos dois anos. E isso acaba criando ainda mais dificuldades para qualquer empresa que venda smartphones no mundo todo.

Agora, para o consumidor, acaba sendo uma boa vantagem. Por isso, se você está pensando em adquirir um novo celular, junho pode ser um bom mês para ir às compras.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital