Review do Motorola One: Android 9, design novo e ótima duração de bateria

Rene Ribeiro29/11/2018 22h40, atualizada em 12/12/2018 12h30

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O Motorola One é uma aposta diferente da Motorola. É o primeiro smartphone da Motorola a apresentar mudanças físicas significativas em modelos intermediários em muito tempo. Desde o Moto G5 a empresa apresentou modelos onde a traseira tinha bordas laterais curvas e câmeras traseiras dentro de um círculo.

O Moto One é bem diferente de tudo que a empresa já fez nos últimos anos, não apenas por fora, mas também por dentro. Mas isso é bom ou ruim? Saiba mais na análise a seguir

Motorola One: Características físicas

A traseira é totalmente plana, mas as laterais são curvas, o que, parece que as empresas já perceberam, é um design que favorece a ergonomia.

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As duas câmeras traseiras estão no canto superior esquerdo e, um pouco acima da parte central está o sensor de digitais, aliás, bem posicionado, oferece conforto para desbloquear o telefone.

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O “M” de Motorola, é o sensor de digitais. No canto superior direito, as câmeras do Moto One

Mais um detalhe da parte de trás é o revestimento de vidro. Por mais que seja resistente, é vidro e, se cair vai quebrar. A Motorola foi esperta, pois uma capinha de plástico transparente vem na caixa do produto. Particularmente, gostei da capinha. Apesar de simples, ela tem qualidade: se encaixa perfeitamente, tem boa pegada e oferece proteção à parte de trás e nas bordas e, por ser transparente, mostra o visual bonito do Moto One.

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A capa que acompanha o Moto One é muito bem vinda, já que a traseira é revestida em vidro

E na parte da frente, mais uma surpresa: a Motorola se rendeu ao famoso e polêmico entalhe popularizado pela Apple no iPhone X. Eu não curto o notch, pois sua única função é aproveitar os cantos superiores da tela para exibir a hora no canto esquerdo e a rede Wi-Fi e status da bateria no canto direito.

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A Motorola se rendeu ao notch, o entalhe que abriga a câmera frontal

A Motorola já vem com um Widget central na tela inicial bem útil que exibe a hora e temperatura e ainda leva ao despertador diretamente quando clicado. Por isso eu acho o entalhe desnecessário: além de não ter proveito nenhum em termos de área útil de tela, o recorte na tela não é agradável.

Motorola One: desempenho e especificações

O Moto One vem com processador Snapdragon 625 octa-core de 2 GHz, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno, com possibilidade de expandir para mais 256 GB por meio de cartão micro SD. E o mais interessante foi pegar o aparelho emprestado para testes justamente no momento em que ele recebeu o Android 9 (Pie). Foi legal porque essa versão traz em alterações significativas, como exemplos, o menu por gestos, que é mais intuitivo, fácil de user e um modo “Não perturbe” melhorado. Há mais novidades do Android Pie que estão nesse vídeo.

O importante aqui é saber se o desempenho do Motorola One foi bom. Apesar de usar um processador bem início dos intermediários, o smartphone não fez feio. Talvez os 4 GB de RAM mais o Android 9, que está mais leve, ajudaram a deixar tudo mais fluido. Jogos, como o PUBG e Shadowgun Legends, um que tem muitos elementos na tela e outro que tem gráficos pesados, rodaram sem problemas no Moto One.

A experiência não foi afetada durante o uso, mas alternar entre tarefas, às vezes, fazia o Moto One dar umas paradinhas. Nào afetou muito, pois eram paradinhas breves quando eu alternava entre tarefas, por exemplo. Muito provável que a CPU precisava de mais tempo para processar tudo, pois o snapdragon 625 não é o mais atual da Qualcomm. Talvez se a Motorola usasse o sucessor Snapdragon 636, o Motorola One tivesse um desempenho melhor. De qualquer forma, as pequenas engasgadas não foram graves e a experiência de uso foi muito boa.

Motorola One: tela

A tela tem 5,9 polegadas de tamanho com proporção 19:9 (estendida). A resolução é HD+ ou, em pixels, é de 720 x 1520. A tecnologia usada é a LCD IPS. Apesar de não ser full HD, eu consegui assistir a vídeos de modo bem confortável. Eu até acho interessante essa resolução para telefones como o Moto One por dois motivos: Resoluções grandes para telas de celulares não fazem muita diferença e ainda consomem mais processamento e mais bateria. E por isso a Motorola acertou, porque os vídeos em HD rodam sem problemas de rastros e as cores são muito boas dentro do limite da tecnologia LCD.

Motorola One: câmeras

O Moto One vem com duas câmeras traseiras, uma com 13 MP e abertura f/2.0 e outra de 2 MP e abertura de f/2.4. A câmera frontal tem  8 MP e abertura F/2.2. As fotos no modo automático em locais com bastante luz ficam ótimas, Em ambientes com baixa luminosidade, o resultado não é tão bom, é possível perceber ruídos ou pontilhamentos na foto.

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Foto pelo Motorola One em modo automático em ambiente com bastante luz

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Outro exemplo de foto em modo automático em ambiente interno

O modo retrato, um recurso que desfoca o fundo e mantém somente a pessoa no foco, está presente tanto na câmera frontal, quanto nas de trás. A Motorola sempre faz menção a esse recurso porque funciona bem, porém, no Motorola One é possível perceber uma falha no contorno da cabeça da pessoa (ou mesmo do objeto), que acaba ficando desfocado junto com o fundo da foto.

Para fazer esse efeito, é preciso usar as duas lentes traseiras mais o software ajudando na correção. E, no caso da câmera dianteira, como tem apenas uma lente, o desfoque é feito apenas por software. Tudo indica que o software precisa de algum ajuste e espero que a Motorola ainda lance uma atualização para corrigir isso, pois o efeito Bokeh (nome que se dá a esse tipo de foto desfocada no fundo) é muito popular e interessante.

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O modo retrato fez um bom trabalho na câmera de selfie (à esquerda), mas na câmera traseira (foto da direita) não funcionou bem. O software acabou desfocando parte da cabeça

O modo manual também é um destaque, já que é possível brincar mais com o foco, com a luminosidade e balanço de brancos. Eu gostei muito da gravação em vídeo full HD a 60 frames por segundo que o Moto One pode atingir. O resultado foi um vídeo com ótimo definição e ainda com estabilização, o que é bem legal para um aparelho intermediário. Mas, assim como as fotos, é preciso ter bastante luz para ter um ótimo resultado. O motivo disso é a abertura da lente, que teria que ser menor do que f/2.0 para ter resultados melhores em ambientes com baixa luminosidade.

Motorola One: duração de bateria

A capacidade de bateria do Moto One é de 3.000 mAh. Está dentro da média da maioria dos smartphones e, portanto, nada de mais. Porém, a escolha de um processador menos veloz e com boa eficiência energética, mais o Android Pie, acabou favorecendo o Motorola One nesse quesito. Utilizo sempre o mesmo teste para todos os aparelhos que faço review: tirei o Moto One da tomada às 8h00 da manhã e usei para realizar algumas chamadas telefônicas que duraram o total de 25 minutos. Fiz 30 fotos e gravei 3 vídeos com 3 minutos cada um. Joguei durante 40 minutos e acessei o Youtube pelo Wi-Fi, durante 2 horas. O restante foi acessar redes sociais, postar fotos e acessar e-mails, além de usar um fone Bluetooth para ouvir músicas durante 1 hora.

No fim de um dia de expediente, às 18h00, a bateria ainda tinha 58% de carga. E às 22h00 ainda tinha 49%, pois usei pouco dentro dessa faixa de horário. Foi bem interessante ver que a Motorola conseguiu um equilíbrio entre desempenho e duração de bateria. E vale citar que o Motorola One continua seguindo a filosofia de carregamento rápido que a Motorola inclui em seus aparelhos.

Motorola One: resumo e conclusão

O Moto One surpreendeu no design diferente de seus outros modelos intermediários, com boa ergonomia. O desempenho é ótimo para um aparelho com CPU de entrada e obteve bom balanço entre a boa experiência com uso de aplicativos com ótima duração de bateria. A câmera é um pouco lenta, mas as fotos são muito boas se tiradas em ambientes com muita luz. O modo retrato não agradou muito, pois o software ainda confunde o fundo com o contorno da pessoa ou mesmo se for um objeto. A tela é bastante satisfatória e vídeos e fotos podem ser vistos com conforto. Enfim, é um celular intermediário que pode servir bem para quem quer um desempenho decente, com ótima duração de bateria sem precisar gastar tubos de dinheiro em um smartphone topo de linha. O preço de lançamento é de R$ 1.499

Motorola One: Características técnicas completas

  • Bateria: 3.000 mAh;
  • Câmera: 13 megapixels f/2,0 (traseira, principal), 2 megapixels f/2,4 (traseira, secundária) e 8 megapixels f/2,0 (selfie);
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11n, GPS, GLONASS, BeiDou, Bluetooth 4.2, USB-C, NFC, rádio FM;
  • Dimensões: 149,9×72,2×8 mm e peso de 162 gramas;
  • GPU: Adreno 506;
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 256 GB;
  • Memória interna: 64 GB;
  • Memória RAM: 4 GB;
  • Plataforma: Android 9.0 (Pie);
  • Processador: Snapdragon 625 octa-core de 2,0 GHz;
  • Sensores: acelerômetro, proximidade, giroscópio, bússola, impressões digitais;
  • Tela: IPS LCD de 5,9 polegadas, proporção 19:9 com resolução de 1520×720 pixels.

Colaboração para o Olhar Digital

Rene Ribeiro é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital