Na manhã desta sexta-feira, 5, o painel da ONU que discutia a situação de Julian Assange divulgou seu parecer, que vazara um dia antes, opinando que o fundador do WikiLeaks está detido arbitrariamente pelos governos britânico e sueco há mais de cinco anos. Entretanto, as autoridades dos dois países informaram que as declarações da ONU não mudam nada.
O escritório de imigração do Reino Unido divulgou comunicado reclamando que o painel da ONU “ignora fatos” por afirmar que Assange está detido. “Ele está, na verdade, evitando voluntariamente a prisão ao escolher permanecer na Embaixada do Equador”, afirma o órgão. “Uma alegação de estupro ainda está em destaque e um pedido de prisão europeu, valendo, então o Reino Unido continua tendo obrigação legal de extraditá-lo para a Suécia.”
A Scotland Yard fez coro. Em nota enviada ao Ars Technica, disse que manterá a operação que visa prender e extraditar Assange, mesmo que a vigília constante na porta da Embaixada do Equador tenha sido interrompida em 12 de outubro de 2015.
O governo sueco também rejeitou a autoridade da ONU no assunto, e o próprio painel que discutiu o caso formou seu posicionamento de forma incompleta. A força-tarefa é composta por cinco especialistas em direitos humanos, mas um deles discordou que Assange esteja detido desde 2010 e outro se recusou a discutir o caso por ser, assim como Assange, australiano.
O fundador do WikiLeaks nega ter cometido qualquer crime sexual na Suécia, mas em vez de viajar ao país para enfrentar a Justiça ele decidiu se refugiar junto aos equatorianos em Londres por temer que, da Suécia, seja extraditado aos Estados Unidos, onde é procurado por ajudar a divulgar dados sigilosos do governo.