Inteligência artificial segue invicta contra campeões mundiais de ‘DOTA 2’

Redação14/08/2017 12h37, atualizada em 14/08/2017 13h11

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Uma inteligência artificial criada pela empresa OpenAI derrotou Danil Ishutin, também conhecido como “Dendi”, um dos principais profissionais de “DOTA 2” do mundo. A partida ocorreu durante o torneio The International, o maior evento de “DOTA 2” e um dos maiores eventos do mundo dedicado a e-sports.

A OpenAI, uma das empresas de Elon Musk (que também é dono da SpaceX e da Tesla), treinou a inteligência artificial apenas contra ela mesma. Depois de criá-la, a empresa gerou uma cópia dela e colocou as duas para jogarem partidas um contra um de “DOTA 2”. As duas começaram com movimentos relativamente aleatórios, mas foram evoluindo ao longo do tempo até atingirem um nível que mesmo os profissionais não conseguem superar. O embate entre “Dendi” e a máquina pode ser visto abaixo (começa por volta dos 13’25):

O jogador profissional se surpreende, durante a partida, com a agressividade da inteligência artificial, chamando-a de “assustadora” e “dominante”. A máquina mostra que consegue simular comportamentos bastante complexos de jogadores humanos, como atrair o oponente para uma posição mais vantajosa para ela e fingir que vai fazer um movimento e fazer outro para enganar o rival. Mesmo assim, Dendi afirma que a sensação de jogar contra ela é diferente da de jogar contra um humano.

No final, o jogador humano desiste da partida, alegando que o robô “é forte demais”. Mesmo assim, ele considera que, com um pouco mais de tempo, conseguiria encontrar padrões no comportamento da máquina e ter uma chance melhor para ela.

Um sistema de aprendizado

Segundo Greg Brockman, um dos pesquisadores da OpenAI, o jogo “DOTA 2” foi escolhido justamente por suas regras complexas e por sua cena competitiva forte. As regras complexas geram uma situação na qual um programador que tentasse escrever manualmente o código da máquina dificilmente conseguiria criar um programa capaz de jogar em um nível razoável.

Por outro lado, a cena competitiva forte significa que trata-se de um jogo no qual é necessário sempre criar novas estratégias para sair na frente. Esses dois fatores fizeram com que o jogo se mostrasse um campo ideal para a pesquisa com inteligências artificiais. Eles também fizeram com que o método ideal de treinamento para a máquina fosse jogar contra ela mesma, assim ela sempre teria um oponente de mesmo nível.

Mesmo antes da partida contra Dendi, a inteligência artificial já tinha se batido contra outros profissionais que participaram do International. Segundo a empresa, muitos deles quiseram continuar jogando contra a máquina e incorporá-la à sua rotina de treinamento. Abaixo, é possível ver um vídeo da empresa apresentando sua criação:

Com a vitória da sua criação em partidas um contra um, a OpenAI estabeleceu para si um novo objetivo: criar uma equipe composta por cinco inteligências artificiais e fazê-la vencer uma equipe composta pelos cinco melhores jogadores humanos. Além disso, ela pretende tentar misturar jogadores humanos e robôs, para alcançar um nível de competitividade que nenhum deles conseguiria por si só.

Consequências para o mundo

Essa vitória da máquina sobre um jogador humano foi noticiada também pelo próprio Elon Musk, por meio do Twitter. Musk considerou a vitória uma conquista importante, já que, mesmo na modalidade um contra um, “DOTA 2” seria “vastamente mais complexo do que jogos de tabuleiro tradicionais como xadrez e Go”. O tweet de Musk pode ser visto abaixo:

Isso não significa apenas que a inteligência artificial é capaz de jogar melhor do que humanos, como o TechCrunch aponta. O fato de que ela pode ser rapidamente treinada para atingir um nível profissional em diversas atividades significa que ela também pode aprender a executar tarefas complexas e úteis, como auxiliar médicos a diagnosticar e tratar câncer e gerar economias imensas em contas de luz.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital