Uma semana após anunciar que sairia de licença por tempo indeterminado, o fundador e presidente da Uber, Travis Kalanick, renunciou de vez ao cargo.

A notícia foi revelada nesta quarta-feira, 21, pelo New York Times, a quem Kalanick disse ter saído em respeito a um pedido de acionistas da companhia. Ele manterá sua cadeira no conselho administrativo, entretanto, e continua sendo dono da maioria das ações com poder de voto.

O jornal obteve uma carta na qual cinco dos maiores acionistas da Uber pedem a cabeça do executivo. Intitulado “Movendo a Uber adiante”, o documento leva a assinatura de Benchmark, First Round Capital, Lowercase Capital, Menlo Ventures e Fidelity Investments — juntas, elas possuem mais de um quarto dos papéis da companhia, mas, devido ao tipo de ação que algumas delas compraram, essas empresas detêm cerca de 40% de poder de voto.

“Eu amo a Uber mais do que qualquer outra coisa no mundo e, neste momento difícil na minha vida pessoal, aceitei o pedido de afastamento dos investidores para que a Uber possa voltar a construir em vez de se distrair com outra briga”, afirmou o agora ex-CEO, fazendo referência à recente morte da mãe em um acidente de barco.

O conselho administrativo também divulgou um comunicado, no qual chama a decisão de Kalanick de “corajosa”: “Ao se afastar, ele está dando um tempo para se recuperar da sua tragédia pessoal enquanto dá à companhia espaço para abraçar totalmente este novo capítulo na história da Uber.”

Duas fontes disseram ao NYT que o pedido de afastamento foi feito na manhã de terça-feira, 20, quando Kalanick estava em Chicago. “A saída de Kalanick veio sob pressão após horas de drama envolvendo os investidores”, reportou o jornal.

Os acionistas também demandaram que a Uber preencha dois assentos vagos no conselho com “diretores verdadeiramente independentes”, que Kalanick aceite que a busca por um novo presidente seja tocada pelos conselheiros e que a empresa contrate imediatamente um diretor financeiro experiente.