TikTok bane contas que veiculam conteúdo do QAnon

Rede de teorias nocivas de conspiração vem ganhando força em vários países, mas não encontra tração no app chinês, que já vinha impedindo o uso de hashtags relacionadas ao movimento
Equipe de Criação Olhar Digital19/10/2020 17h44

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Desde junho de 2020, o TikTok, app da gigante chinesa ByteDance para compartilhamento de vídeos, vinha impedindo a veiculação de hashtags relacionadas ao movimento conspiratório conhecido como “QAnon”. Agora, a empresa está adotando uma medida mais severa, banindo completamente contas que compartilhem conteúdo da rede de desinformação.

“O conteúdo e as contas que promovem o QAnon estão em violação de nossa política contra desinformação e nós os estamos removendo de nossa plataforma”, disse um porta-voz do TikTok ao site NPR. “Nós também tomamos medidas significativas para tornar esse conteúdo mais difícil de ser encontrado em nossas buscas e hashtags por meio do redirecionamento de termos relacionados [a eles] às regras de conduta de nossa comunidade”.

Reprodução

A rede QAnon promove conteúdos falsos, desinformação e teorias da conspiração, comumente entrando em conflito com todas as plataformas sociais na internet. Foto: M.Moira/Shutterstock

O TikTok não está sozinho nisso. Em um passado recente, YouTube, Reddit, Twitter, Facebook e outras plataformas tomaram providências para impedir ou diminuir a veiculação de conteúdo da rede conspiratória. As regras de conduta citadas pelo porta-voz do app da ByteDance é bem específico ao proibir “a veiculação de desinformação que cause dano aos indivíduos, à nossa comunidade ou ao público em geral”. Uma investigação da organização não governamental (ONG) Media Matters for America havia revelado que entusiastas do QAnon usavam o app chinês para veicular conteúdos sem veracidade, comprovação ou negacionista.

TikTok x Trump

Se, por um lado, o TikTok está se empenhando em eliminar conteúdos falsos de sua rede, por outro, a proprietária ByteDance está em vias de retomar a guerra comercial da qual tomou protagonismo recente: em agosto, o presidente norte-americano Donald Trump emitiu uma ordem executiva que bania o aplicativo de vídeos de funcionar nos EUA.

O TikTok contra-atacou ao se unir à Oracle para que a empresa fundada por Larry Ellison operasse os negócios do app em solo americano e, assim, evitar seu banimento. A ideia não deu muito certo. Ao final de setembro, um juiz emitiu uma ordem que impedia que o governo banisse o TikTok das lojas de aplicativos ou impedisse o seu download – segundo a Variety, porém, representantes do governo já buscam uma apelação da decisão.

Paralelamente, a ordem executiva de Donald Trump segue em validade, exigindo que o TikTok encontre um comprador para as suas operações americanas até 12 de novembro de 2020. A ByteDance se mostrou amistosa à ideia, mas recusa-se a conceder acesso ao algoritmo do aplicativo, alegando que essa tecnologia proprietária deve ficar na China.

Fonte: NPR / Media Matters for America / Variety