O YouTube anunciou nesta quarta-feira (11) uma alteração em suas políticas de assédio, motivada pelo grande número de casos reportados na plataforma. Enquanto a rede é rápida na hora de retirar vídeos que violam as diretrizes da comunidade, o mesmo não pode ser dito dos casos de assédio aos criadores de conteúdo.

Matt Halprin, chefe global de confiança e segurança do YouTube, disse que a nova política “não proibirá apenas ameaças explícitas, mas também ameaças veladas ou implícitas. Isso inclui conteúdo que simula violência em relação a um indivíduo ou sugere que a violência física possa ocorrer”. Ele acrescentou ainda que “não permitiremos mais conteúdo que insulta maliciosamente alguém com base em atributos como raça, expressão de gênero ou orientação sexual”.

Halprin menciona especificamente um incidente no início deste ano que os levou a reexaminar sua política. Trata-se do suposto assédio do jornalista da Vox Carlos Maza, que o YouTube considerou apenas uma diferença de opinião: “As opiniões podem ser profundamente ofensivas, mas se não violarem nossas políticas, permanecerão em nosso site”. Mais tarde, desmonetizou o canal que deu a opinião, mas isso não fez praticamente nada para detê-lo, como ressaltou Maza.

Reprodução

Maza foi alvo, em parte, por conta de sua sexualidade, e ele apontou isso durante o Pride Month, no qual o YouTube estava fazendo uma grande promoção para seus criadores LGBTQ+ e como os ajudava. Em alguns dias, a empresa divulgou uma declaração dizendo que reexaminaria suas políticas de assédio e ódio, “em consulta com especialistas, criadores, jornalistas e aqueles que, eles próprios, foram vítimas de assédio”.

A empresa pretende examinar canais inteiros, pois geralmente não há uma coisa específica em um vídeo que se qualifique como assédio ou crime de ódio. Se for constatado que um criador de conteúdo viola a política de assédio com muita frequência, ele pode ser removido do programa de parceiros, ter vídeos retirados ou todo o canal deletado.

O ano da empresa foi uma longa operação de limpeza. Ela teve que reconhecer o conteúdo extremista e a falta de proteção das crianças, além de seu problema de toxicidade.

Via: The Next Web