O WeChat é um fenômeno. O super aplicativo é o mais usado da China, o que lhe garante o estrondoso número de 1,1 bilhão de pessoas acessando a plataforma todos os meses. O próprio criador do WeChat, Allen Zhang, diz que os chineses passam mais tempo no WeChat do que com qualquer amigo ou até familiar. Há algumas explicações para toda essa fidelidade dos usuários. O WeChat foi muito além de um simples comunicador instantâneo, como o WhatsApp. Sim, todas as funcionalidades a que estamos acostumados estão lá: dá para mandar vídeos, fotos, mensagens em texto ou fazer ligações telefônicas com ou em vídeo. Mas, a principal diferença do WeChat é que ele se apoia numa operação financeira. Os chineses usam o aplicativo como meio de pagamento. A partir dele, é possível transferir dinheiro entre pessoas, pagar contas e até fazer investimentos. Estima-se que do 1,1 bilhão de usuários, 900 milhões usem o WeChat Pay. E todos eles usam o mecanismo de pagamentos para diversas atividades – em todas elas, o WeChat coleta um percentual, que faz sua fortuna. Com isso, ao contrário do que acontece no resto da internet, e particularmente em tudo que tem a ver com o Facebook ou o Google, o WeChat não depende de publicidade. Na verdade, os usuários do aplicativo até chegam a ver alguns anúncios, mas eles são limitados a uma exibição por dia para cada um deles.
Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital