Até o ano passado, a cada 12 minutos uma pessoa era infectada com o vírus HIV no Brasil. Segundo estatísticas da UNAIDS, o programa das Nações Unidas para criar soluções e ajudar nações no combate à doença, 14 mil pessoas morreram no país vítima da AIDS em 2016. Para reduzir esses números, a disseminação de informações, principalmente, sobre a prevenção da doença é uma das principais estratégias. A tecnologia é forte aliada nesse jogo.
O avanço de diversos tratamentos está diretamente ligado a novas ferramentas e descobertas tecnológicas. No Brasil, a principal novidade para este dia é o anúncio de uma nova estratégia que promete revolucionar a prevenção do HIV de uma forma bastante simples, com uso diário de uma medicação. Não por acaso, a mesma droga que já é usada para tratar pessoas infectadas, mas agora para quem não tem Aids. Além da camisinha, é um novo método de prevenção que está em projeto piloto no país desde 2014…
Outros países que já adotaram a mesma estratégia, como os Estados Unidos, por exemplo, viram os números de novos casos de HIV despencar. Mas, não diferente de outros métodos de prevenção, o maior desafio para sua eficácia está na adesão do usuário. É preciso tomar o medicamento diariamente para estar protegido. A maior preocupação era com o grupo em que as novas infecções de HIV mais crescem no país: jovens entre 15 e 24 anos. Foi aí que a tecnologia fez sua parte!
Ainda na aliança medicina e tecnologia, já a partir do ano que vem, avanços vão permitir uma nova fase de testes; agora da versão injetável do medicamento, que garante 2 meses de imunidade por aplicação. Mais do que isso, fora do Brasil, pesquisas avaliam o uso de um implante subcutâneo que ampliaria o período de imunidade para até um ano.
Recentemente, o próprio Ministério da Saúde recorreu à tecnologia na tentativa de facilitar a adesão de pacientes ao tratamento de Aids. O aplicativo “Viva Bem” lembra os pacientes sobre o horário de tomar o medicamento ou mesmo quando devem buscá-lo nos serviços de saúde. O app funciona como uma espécie de diário onde podem ser registrados dados de carga viral e exames. A ferramenta cria ainda um gráfico de acompanhamento que pode ser visualizado de um ou mais itens ao mesmo tempo.
Outros três aplicativos desenvolvidos pelo Programa Municipal de DST/AIDS da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo unem forças na luta contra essa pandemia mundial. O “Tá Na Mão” é uma calculadora de risco que informa a chance de uma pessoa ter entrado em contato com o vírus HIV. Usando o GSP do celular, o app ainda mostra os locais mais próximos onde a pessoa pode buscar tratamento, fazer o teste e até retirar camisinhas gratuitas.
Os outros dois apps, também gratuitos, trazem informações técnicas atualizadas para o profissional da saúde. O TVSP fala sobre o tratamento e prevenção de transmissão de infecções de mãe para filho. E o PEPTec ajuda os médicos no atendimento de pacientes que passaram por situações com potencial risco de infecção pelo vírus HIV.