Poucos modelos chegam oficialmente ao Brasil. Mas com boa qualidade, potentes configurações e preços abaixo da média, os smartphones chineses chamam cada vez mais a atenção do consumidor brasileiro. Muitas fabricantes chinesas (e não somente elas) encontram dificuldade para se estabilizar no país; a Xiaomi, por exemplo, desistiu de lançar novos aparelhos no Brasil. No início do ano, um executivo da Huawei, outra gigante asiática, declarou que o Brasil não era prioridade nos planos de expansão da companhia.
Ainda que o Brasil seja um mercado enorme, as barreiras são inúmeras – só para citar alguns exemplos mais óbvios, temos uma altíssima carga tributária e o sistema de impostos é para lá de complicado. Além disso, o próprio processo de homologação da Anatel é dos mais difíceis. Se muitos dos fabricantes não se animam a enfrentar os problemas brasileiros, restam algumas empresas que representam marcas chinesas por aqui. Esse é o caso, por exemplo, da Meizu – que tem sete modelos disponíveis no Brasil.
Outra forma de adquirir smartphones chineses é em viagens ao exterior ou até por meio de alguns sites que oferecem esses aparelhos com envio internacional – neste caso, lembre-se, você provavelmente será taxado pela Receita Federal.
Recentemente, o anúncio de bloqueios de celulares piratas pela Anatel deixou muita gente com o pé atrás; afinal, será que os smartphones chineses continuariam a funcionar normalmente por aqui? Bom, para começar, vamos separar o joio do trigo. Réplicas e aparelhos pirata, os verdadeiros “xing-ling” dificilmente funcionarão. Além de não possuírem um código IMEI válido, esses celulares de baixa qualidade não são homologados por nenhuma agência reguladora. Já para os aparelhos fabricados por grandes marcas chinesas como Xiaomi, Huawei, OnePlus, Oppo, Meizu, entre outras, o que os valida como “originais” é o registro na GSMA, o órgão internacional de registro e regulação de dispositivos móveis.
Nós fomos atrás da Anatel – a agência nacional de telecomunicações. Em nota, a resposta que tivemos foi que (abre aspas): “independente do país de origem do produto, nos termos da legislação vigente, é vedada a utilização de produtos emissores de radiofrequência, onde se incluem os telefones celulares, em território brasileiro sem certificação expedida ou aceita pela Agência” (fecha aspas). Ou seja, ainda que o aparelho não seja oficialmente homologado pela Anatel, a certificação da GSMA é, sim, aceita! Assim, smartphones importados – chineses ou não – com cadastro de IMEI na Agência Internacional GSM devem funcionar normalmente. De qualquer forma, para não correr risco, antes de adquirir um novo celular, você pode checar a validade do IMEI do dispositivo no próprio site da Anatel.
Fora isso, outros cuidados são importantes na hora de adquirir um smartphone chinês. Apesar do preço atrativo, os custos com assistência, reparos, peças e até atualização de software podem encarecer a comprar no futuro. A economia inicial corre o risco de ir por água abaixo. Há ainda outros detalhes que podem atrapalhar o perfeito funcionamento desses aparelhos no Brasil.
Sem suporte e garantia, o melhor mesmo é ter cuidado na hora de comprar um smartphone chinês. Ah, e não se esqueça de certificar que o aparelho é desbloqueado; ou seja, que seu funcionamento não está travado com uma operadora específica. Agora para saber se o celular vai ser compatível com as redes brasileiras, é preciso fazer uma verificação no site da fabricante ou nas próprias especificações técnicas do aparelho. Para o 3G, a maioria dos países já padronizou suas faixas de frequência fazendo com que praticamente todo celular funcione em qualquer parte do mundo; claro, desde que você compre seu aparelho de uma empresa grande e renomada.
Já para o 4G LTE, ainda não existe um padrão mundial. Cada país usa uma frequência diferente. Algumas marcas optam por fazer seus celulares funcionarem apenas com algumas redes, e não com outras. É aí que você precisa tomar cuidado. O Brasil usa, atualmente, a banda 7 do 4G, referente à frequência de 2600 megahertz. É por esses números que você precisa procurar nas especificações na hora de comprar seu celular. Você também pode pode procurar pela banda 28, referente à faixa dos 700 megahertz, que deve ser adotada em breve pelas operadoras brasileiras.
Se com todo cuidado – e como muita gente já decidiu – você ainda assim optar por um chinês, nosso time online fez uma lista bem interessante com cinco modelos que se destacam pelo alto poder e qualidade e preços que, às vezes, custam metade ou menos do que um competidor de nível similar no mercado nacional. Confere lá, o link está logo abaixo deste vídeo! Separamos também uma matéria completa que traz um passo a passo para saber se o celular importado vai funcionar no país e o link para o serviço da Anatel que confirma a validade do IMEI do dispositivo.