O novo ambiente digital russo caminha para realmente criar uma internet local, separada do restante da rede mundial – algo similar ao que já acontece na China e na Coreia do Norte, por exemplo. No caso russo, o processe começou com a aprovação da lei da internet soberana. Um conjunto de regras que, na prática, coloca nas mãos do governo o controle sobre tudo que circula no mundo digital russo. A lei obriga, entre outras coisas, que os servidores de vários serviços de internet sejam localizados em território russo e que possam ser acessados pelas autoridades do Kremlin. Hoje, quem entrou no rol desses serviços foi o Tinder. O aplicativo de paquera foi adicionado à lista sujeita à censura russa no final de maio. Agora, para continuar a operar na terra de Putin, o Tinder terá que armazenar dados dos usuários russos dentro do território do país. E esses dados poderão ser acessados pelas autoridades locais. Com isso, os vídeos, fotos e outros conteúdos podem ser acessados por agentes do FSB, serviço que assumiu a maior parte das funções da antiga KGB. O Tinder ainda não se pronunciou a respeito.
Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital