Testamos: fone Sennheiser PXC 550 faz valer o preço de R$ 2.000

Renato Santino12/06/2017 22h29, atualizada em 12/06/2017 22h40

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Hoje em dia, já é possível comprar um fone de ouvido em qualquer camelô por um punhado de notas amassadas. Mas comparar a experiência que você vai ter com esses fones baratinhos à de ouvir música com o Sennheiser PXC 550 é como comparar a experiência de dirigir uma Ferrari à de brincar de autorama.

O Sennheiser PXC 550 é um fone premium não só pelo som excepcional que sai dele, como também pela atenção prestada a cada detalhe, desde a embalagem. Ele vem em um estojo de tecido com instruções específicas sobre como ele deve ser dobrado para se encaixar de volta da melhor maneira. No estojo, há também um cabo USB para carregar os fones, um cabo P1-P2 para ligá-lo à entrada analógica de dispositivos eletrônicos, um adaptador P2-P10 para conectá-lo a sistemas de som de alta fidelidade e até um adaptador para as saídas de som de aviões – caso você queira usar o fone enquanto viaja no seu jatinho.

Logo ao vestir os fones, você já começa a perceber que ele não é um fone qualquer. Ele se encaixa de maneira muito firme nas orelhas, tapando-as completamente, mas sem apertar demais. Você pode dançar e balançar a cabeça à vontade, ou até sair para correr usando o PXC 550, que eles continuarão bem presos à sua cabeça. Os fones são bem acolchoados e não incomodam mesmo com mais de uma hora de uso contínuo, embora a haste superior pudesse ser um pouquinho mais larga para dar ainda mais conforto. Ajustar o tamanho das hastes dos fones também é um pouquinho mais difícil do que poderia ser, mas isso não é nenhum grande problema, e provavelmente não seria possível sem comprometer a sensação de firmeza que ele passa.

É possível conectar o PXC 550 aos seus aparelhos tanto pelos cabos quanto via conexão Bluetooth. Se você tiver um celular de ponta, poderá até mesmo usar a tecnologia NFC para parear os dois aparelhos rapidamente. É só ativar a função no seu celular, aproximá-lo do fone direito e pronto, os dois se conectaram. O processo é super simples, e simplifica algo que é bem chatinho de se fazer em equipamentos mais baratos. Para usar os fones em um computador, você pode fazer esse mesmo procedimento se a máquina tiver NFC; se não, você pode conectar os dois via Bluetooth da maneira antiga, ou simplesmente conectar o fone ao PC com o cabo USB – logo em seguida, ele já começa a transmitir áudio.

E que áudio! Ouvir música com o Sennheiser PXC 550 é quase como ouvir música em 3D. Além de reproduzir com clareza cada um dos sons gravados, o fone consegue dar uma dimensão espacial a cada um dos sons A separação entre as faixas é impressionante, e cada detalhe das gravações emerge de forma límpida. Nos graves, há uma presença impressionante: ouvindo faixas de hip-hop, por exemplo, os bumbos e baixos fazem suas orelhas tremer. Há também agudos cintilantes, que fazem com que os pratos e as vassourinhas das baterias em gravações de jazz cheguem suavez aos ouvidos. E produções eletrônicas com ruídos agudos também têm uma potência que chega até a dar aflição. Nos médios, o resultado é igualmente fascinante: guitarras de rock e metal têm um som gigantesco no fone. Mas o que mais impressiona é que todos detalhes sejam reproduzidos com clareza ao mesmo tempo.

Uma grande vantagem do PXC 550 é que ele tem um recurso de isolamento acústico impressionante. Ele é acionado por meio de uma pequena alavanca que fica na parte inferior do fone direito. Acionar esse recurso sem que haja nenhuma música tocando é chocante: é como se o mundo fora dos fones deixasse de existir. Você pode andar de ônibus ou de metrô sem ouvir o barulho do motor do ou o chiado dos trilhos. Ele é melhor em filtrar graves e médios do que agudos, e vozes próximas – especialmente femininas – ainda acabam vazando um pouco, mas isso está longe de ser um problema.

Usando o fone pela conexão Bluetooth, você ainda tem a vantagem de usar os controles de toque do fone. A superfície do fone direito do aparelho é um grande painel sensível a toque, e permite que o usuário altere a reprodução da música sem precisar tirar o celular do bolso. Deslizando os dedos para cima ou para baixo, é possível aumentar ou abaixar o volume. Deslizar para frente salta para a próxima faixa, e o movimento oposto faz a faixa atual voltar ao começo, ou volta para a faixa anterior. E para interromper a música, é só dar um toque rápido sobre o fone; outro toque retoma a música do ponto em que ela parou.

Em termos de bateria, o PXC 550 também não deixa a desejar. A caixa do aparelho promete trinta horas de reprodução de música com três horas de carga, e os números parecem bem acertados. A indicação do nível de carga da bateria é feita por meio de cinco luzinhas coloridas que ficam na parte inferior do fone. Um dos únicos pontos do fone que poderia ser melhor é o fato de que não é muito fácil ver quanta bateria resta: é necessário tirar o fone e olhar embaixo dele, o que não é tão prático assim. O fone também poderia vir com um manual mais completo sobre os recursos que ele tem e como ativá-los: o guia que vem com ele é decente, mas não tem o mesmo nível premium que todo o resto do pacote.

E, é claro, há também a questão do preço. O Sennheiser PXC 550 custa cerca de dois mil reais, que é mais do que muitas pessoas estão dispostas a pagar por um smartphone – quanto mais por um fone de ouvido. De fato, o preço é muito além do orçamento da maioria da população brasileira – especialmente considerando que ele é uma alternativa mais cara a algo que pode ser comprado por mixaria no camelô. Por outro lado, o fone justifica seu preço: ele é extremamente fácil de se conectar e confortável de usar, tem uma função excelente de isolamento acústico, ótimas opções de controle por toque e boa autonomia da bateria. E tudo isso sem falar num som deslumbrante. Gastar dois mil reais em um fone pode parecer um exagero; por outro lado, pode ser o último gasto com fones de ouvido que você terá na sua vida.

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Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital